A pedido do Ministério da Comunicação Social, a Fundação Calouste Gulbenkian acedeu a que o Centro de Informação Eleitoral funcionasse nas suas instalações. A Fundação decidiu inclusivamente assumir as despesas da instalação e funcionamento do Centro: cerca de 90 contos, equivalente a 15 mil euros hoje.

Foi disponibilizado espaço para um estúdio, onde se conduziu a emissão eleitoral televisiva, com ligações aos estúdios RTP do Lumiar e do Monte da Virgem. Os entrevistados incluíram o Presidente da República, o primeiro-ministro e membros do Conselho da Revolução. Havia também uma Sala de Imprensa, onde trabalharam os jornalistas, incluindo os de ambas as estações de rádio da altura, a Emissora Nacional e o Rádio Clube Português. Na Sala de Relações Públicas, estabeleceu-se a ligação com os correspondentes estrangeiros. Mais de 800 foram acreditados pelo Ministério da Comunicação Social.

Ofício do Ministro da Comunicação Social, Jorge Correia Jesuíno para o Presidente da Conselho de Administração da FCG solicitando a cedência das instalações da FCG para funcionamento da Sala de Imprensa das eleições.

Jorge Correia Jesuíno, Ministro da Comunicação Social, 20 de março de 1975.

Fonte: Arquivos Gulbenkian, PT FCG FCG:SCA-S113-P0030- D00262.

Na Gulbenkian, funcionou igualmente o Centro de Escrutínio. Os resultados das votações recebidos dos governos civis, que por sua vez os recebiam das freguesias, foram introduzidos num computador IBM 360/40 através dos terminais dedicados colocados na Fundação. A segurança do Centro de Escrutínio era assegurada pelo Comando Militar e somente funcionários dos ministérios da Comunicação Social e da Administração Interna lhe podiam aceder.

A Fundação voltou a receber os centros de Informação e Escrutínio em várias eleições que se seguiram. As últimas foram as presidenciais de 1980.