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A substituição de Salazar por Marcelo Caetano criou expectativas de liberalização. Um dos vários sinais nessa direção foi o alargamento do sufrágio às mulheres que soubessem ler e escrever. As eleições gerais foram marcadas para 26 de outubro de 1969, um ano depois da tomada de posse de Caetano.

As oposições começaram a movimentar-se. A Comissão Democrática Eleitoral (CDE) era uma combinação heterogénea de socialistas, católicos progressistas, liberais e comunistas (a oposição mais bem organizada, mas ainda na clandestinidade e vigorosamente perseguida). A Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD) era dominada por socialistas e concorreu em Lisboa, Porto e Braga. Em Lisboa concorreu também a Comissão Eleitoral Monárquica.

“1969-Vote na Oposição Democrática”. Cartaz da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Comissão Nacional de Eleições. “1969-Vote na Oposição Democrática”. Cartaz da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Comissão Nacional de Eleições.
“Nas tuas mãos a força do povo”. Cartaz da Comissão Democrática Eleitoral, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal, CT-39-A. “Nas tuas mãos a força do povo”. Cartaz da Comissão Democrática Eleitoral, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal, CT-39-A.
“Pela libertação do povo português: eleições livres.” Postal, provavelmente Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal, PI-28826-P. “Pela libertação do povo português: eleições livres.” Postal, provavelmente Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal, PI-28826-P.

Quaisquer ilusões que se pudessem ter sobre a natureza das eleições de 1969 desvaneceram-se rapidamente. Regras novas sobre a fiscalização do escrutínio e consulta dos cadernos de recenseamento pelas oposições ficaram no papel, sem aplicação prática. Os seus candidatos continuaram a ser detidos e o material de propaganda apreendido. A censura e fraude organizada continuaram.

Naturalmente, o partido único ganhou as eleições, elegendo todos os deputados da Assembleia Nacional. Contudo, a participação das oposições neste ato eleitoral serviu para revelar como era vã qualquer esperança na liberalização do regime. Quando se chegou às eleições de outubro de 1973, já ninguém podia ter ilusões sobre a sua autenticidade. Entretanto, no mês anterior, 136 oficiais das Forças Armadas reuniam-se numa herdade perto de Évora.

“Lista D” Panfleto com lista de candidatos da Comissão Democrática Eleitoral, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Arquivo Ephemera. “Lista D” Panfleto com lista de candidatos da Comissão Democrática Eleitoral, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Arquivo Ephemera.
“Lista B” Panfleto com lista de candidatos da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Arquivo Ephemera. “Lista B” Panfleto com lista de candidatos da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Arquivo Ephemera.
“Dona de Casa!” Panfleto da Comissão Eleitoral da Unidade Democrática, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Arquivo Ephemera. “Dona de Casa!” Panfleto da Comissão Eleitoral da Unidade Democrática, Eleições Legislativas de 1969. Fonte: Arquivo Ephemera.

#50anos25abril