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Um aspeto algo esquecido sobre a campanha eleitoral de 1975 é a violência que a caracterizou. Logo na madrugada do dia 2, uma militante comunista foi agredida em Lisboa, tendo ficado cega de um olho, ao passo que militantes do PCP e do PS foram atacados a tiro pelo gerente de uma bomba de gasolina quando colavam cartazes. Ainda no primeiro dia da campanha, no Porto, houve tentativas de impedir ações do PPD e da FEC M-L.

“Poderosa Afirmação Popular”. Diário de Lisboa, 21 de abril de 1975. Fonte: Fundação Mário Soares e Maria Barroso, pasta 06822.172.27183. “Poderosa Afirmação Popular”. Diário de Lisboa, 21 de abril de 1975. Fonte: Fundação Mário Soares e Maria Barroso, pasta 06822.172.27183.
“Violência na Campanha”. Diário de Lisboa, 21 de abril de 1975. Fonte: Fundação Mário Soares e Maria Barroso, pasta 06822.172.27183. “Violência na Campanha”. Diário de Lisboa, 21 de abril de 1975. Fonte: Fundação Mário Soares e Maria Barroso, pasta 06822.172.27183.

Todos os dias houve incidentes: confrontos e agressões, tiroteios, ataques a sedes e caravanas partidárias e sabotagem de instalações elétricas durante comícios. Por exemplo, a 9 de abril, a sede do PPD em Beja foi destruída após um comício, e alguns dirigentes — incluindo Marcelo Rebelo de Sousa e Vasco Graça Moura — tiveram de ser evacuados pelo Regimento de Infantaria 3. No dia seguinte, um comício do PCP em Vagos foi recebido com manifestantes armados com matracas e machados, obrigando à intervenção da GNR. No dia 20 de abril, em Guimarães, um ataque a um comício do CDS, em que participavam o seu líder Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Carlos Galvão de Melo provocou 22 feridos, incluindo baleados.

No próprio dia 25 de abril, em Braga, uma tentativa de roubo de listas eleitorais resultou num tiroteio que acabou com a hospitalização de três baleados, um deles por engano: era um funcionário de Câmara de Famalicão que vinha solicitar uma força policial para o seu concelho, mas desobedeceu a uma ordem dos militares para parar.

“POVO-VOTO, VOTO-POVO. Não faças o jogo da reacção vota pela revolução”.
Cartaz de Marcelino Vespeira. Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA, 1975.
Fonte: Comissão Nacional de Eleições.

#50anos25abril