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Como alternativa aos jornais estatizados e dominados pela esquerda comunista e pela extrema esquerda, surgiram novos periódicos partidários de uma democracia pluralista, tais como os diários Jornal Novo (nascido em 17 abril de 1975, sob a direção de Artur Portela) e A Luta (nascido em 25 de agosto de 1975, tendo por diretor Raul Rego e subdiretor Vítor Direito, ambos vindo do jornal República), bem como os semanários O Tempo (nascido em 29 de maio de 1975 e dirigido por Nuno Rocha) e O Jornal (fundado em 2 de maio de 1975, dirigido por Joaquim Letria). Estes títulos, que tinham em comum o combate ao gonçalvismo, alteraram profundamente o panorama da imprensa da época, colocando um fim ao monolitismo existente.

Jornal Novo, 7 de agosto de 1975. Jornal Novo, 7 de agosto de 1975.

De entre esses títulos, destaca-se o Jornal Novo. Apesar de o diretor e os redatores do se assumirem ideologicamente de esquerda, grande parte dos seus proprietários provinham da Confederação da Indústria Portuguesa. Na prática, embora de esquerda, o periódico era anti-gonçalvista e estava próximo do PS e da ala moderada do MFA, apoiando o Documento dos Nove (7 de agosto de 1975). Este documento, subscrito por militares moderados em defesa de uma democracia pluralista, foi objeto de uma edição especial do jornal.

O Jornal Novo foi também o primeiro periódico a denunciar o «Projeto Jesuíno» e os limites que impunha à liberdade de imprensa, o que o periódico combateu através da publicação de vários artigos pela mão de figuras proeminentes da política e da imprensa portuguesa

#50anos25abril