José Saramago, então diretor adjunto, não terá sido estranho aos saneamentos, seja porque convocara a reunião, seja porque, na melhor das hipóteses, não os terá impedido.
O caso adquiriu dimensão nacional e foi tema de debate na Assembleia Constituinte, com deputados do PPD e do PS a solidarizarem-se com os redatores despedidos. Simultaneamente, em concentrações junto à sede do jornal, gritavam-se as palavras de ordem «O Diário de Notícias é do povo, não é de Moscovo».
O Conselho de Imprensa e a empresa proprietária do jornal, a ENP (Empresa Nacional de Publicidade) viriam a considerar os saneamentos ilegais. A crise só terminou quando foi dada aos jornalistas a possibilidade de serem readmitidos ou indemnizados. Grande número dos saneados não regressariam à redação do Diário de Notícias, fundando o jornal O Dia a 11 de dezembro de 1975.