Portugal, depois de 25 de Abril, teve uma política de descolonização. Não pré-programada, um tanto casuística, mas configurando um sistema de valores e o respeito por princípios. Recusando o abandono e o neocolonialismo, transformou uma violenta luta armada num processo pacífico (com o reconhecimento do direito à independência, o cessar-fogo e a transferência do poder).
Os casos mais dramáticos que ensombraram a descolonização portuguesa foram aqueles onde se verificaram intervenções estrangeiras armadas, quer interferindo no processo para a independência e inviabilizando o sistema eleitoral acordado (Angola e Timor), quer afetando o processo de consolidação pós-independência (Moçambique).
Entre as consequências para Portugal decorrentes da descolonização, emerge o problema dos retornados.
Quando, numa fase já adiantada do processo, se começou a desenhar a tendência para o regresso maciço dos portugueses e refúgio de muitos naturais das colónias, chegou a recear-se uma catástrofe. Mas o Estado português foi capaz de encontrar respostas para a concentração de pessoas e haveres, o seu transporte e acolhimento.
Retornados no aeroporto de Lisboa, outubro de 1975.
Fotografia de Alfredo Cunha.
Retornados no aeroporto de Lisboa, outubro de 1975.
Fotografia de Abreu Morais. Fonte: ANTT, SNI
Retornados no aeroporto de Lisboa, outubro de 1975.
Fotografia de Abreu Morais. Fonte: ANTT, SNI
Caixotes contendo bagagem de retornados das ex-colónias portugueses no cais da Gare Marítima de Alcântara, [1975].
Fonte: ANTT, SNI