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A competição no ensino, o apuramento através da avaliação, as aulas magistrais, as elevadas taxas de reprovação e a Guerra Colonial tornam-se as principais razões de protesto dos estudantes.

Num contexto estudantil muito politizado, sucedem-se as greves às aulas e aos exames, bem como as manifestações contra a guerra. O regime reage com um aumento da repressão, encerrando as associações académicas e ocupando as instalações universitárias pela polícia. É criada a categoria de vigilante no pessoal auxiliar, o que desencadeou uma forte reação por parte dos estudantes, que os apelidam de “gorilas”. Centenas de estudantes são presos e expulsos das universidades. A esquerda radical afirmou-se nas universidades, renovou a linguagem e as práticas contestatárias e colocou como centro da luta política a contestação à Guerra Colonial.

 

Organigrama da organizações Marxistas-leninistas e Maoistas portuguesas. Fonte: Miguel Cardina, O maoismo em Portugal 1974. Tinta da China, 2011
Organigrama da organizações Marxistas-leninistas e Maoistas portuguesas. Fonte: Miguel Cardina, O maoismo em Portugal 1974. Lisboa, Tinta da China, 2011.

Em janeiro de 1970, Veiga Simão assumiu a pasta da Educação Nacional.

Define como linha orientadora da sua política educativa a “democratização da educação”. Num meio estudantil cada vez mais politizado e permeável às diferentes formas de marxismo, não era possível uma reforma da universidade sem uma profunda alteração das condições políticas, sociais e económicas do país. Nos “cursos livres”, discutiam-se os métodos da escola capitalista, a luta de classes, o colonialismo, a função da escola e da ciência enquanto armas da classe dominante. A contestação à reforma de Veiga Simão torna-se no principal alvo do discurso estudantil nas universidades.

Declaração de constituição da União de Estudantes Comunistas (UEC). Janeiro de 1972. Fonte: CD25A Declaração de constituição da União de Estudantes Comunistas (UEC). Janeiro de 1972. Fonte: CD25A
Conjunto de desenhos satíricos realizados pelos estudantes universitários sobre a repressão e a reforma educativa, s.d. Fonte: CD25A Conjunto de desenhos satíricos realizados pelos estudantes universitários sobre a repressão e a reforma educativa, s.d. Fonte: CD25A

#50anos25abril