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Na sequência do episódio de 17 de abril, realizou-se uma Assembleia Magna na qual se exigiu a participação dos estudantes no Senado Universitário.

Em resposta, vários dirigentes associativos são suspensos da universidade, decisão que motivou uma onda de solidariedade sem precedentes. Em nova Assembleia Magna decreta-se o luto académico e apela-se aos estudantes que transformem as aulas em discussões acerca do futuro da universidade. A 6 de maio o MEN agrava as medidas repressivas, fechando a Universidade de Coimbra e cancelando a Queima das Fitas.

Perante este cenário, discute-se a possibilidade de decretar uma greve aos exames, cuja calendarização não fora alterada. Era uma decisão arriscada, que, não sendo amplamente seguida, teria custos individuais elevadíssimos – a reprovação era sinónimo de incorporação militar, leia-se Guerra Colonial. A 28 de maio, milhares de estudantes reunidos em assembleia decidem levar a sua luta às últimas consequências.

A greve avança e, em breve, Coimbra estará sitiada.

Primeira Assembleia Magna nos Gerais, a 18 de abril de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires Primeira Assembleia Magna nos Gerais, a 18 de abril de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires
Assembleia Magna no ginásio da AAC, que decreta a continuação do luto académico. 1 de maio de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires Assembleia Magna no ginásio da AAC, que decreta a continuação do luto académico. 1 de maio de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires

Assembleia Magna no ginásio da AAC, que decreta a continuação do luto académico. 1 de maio de 1969.

Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires.

Lista de “traidores” (estudantes que furavam as greves aos exames). Cartaz denunciando a repressão e concentração de estudantes no Teatro Académico de Gil Vicente. Maio de 1969.

Fonte: Secção fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires

Atuação do CITAC, uma de muitas manifestações culturais em apoio do luto académico. Maio de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires Atuação do CITAC, uma de muitas manifestações culturais em apoio do luto académico. Maio de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires
Zeca Afonso durante um espetáculo de solidariedade com estudantes. A fotografia foi impressa como postal e vendida, tendo a receita revertido em favor do cantor e compositor, impedido de trabalhar pelo regime fascista. Maio de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires Zeca Afonso durante um espetáculo de solidariedade com estudantes. A fotografia foi impressa como postal e vendida, tendo a receita revertido em favor do cantor e compositor, impedido de trabalhar pelo regime fascista. Maio de 1969. Fonte: Secção Fotográfica da AAC. Reproduções de Alexandre Ramires

Declarada a greve aos exames, Coimbra passa a viver em estado de sítio.

Os militares ocupam a Universidade, procurando dar alento e cobertura àqueles que, por convicção, por pressão ou por receio, optavam por ir a exame. Por sua vez, o movimento estudantil procurava colocar a cidade do seu lado – quer através da disseminação de caricaturas denegrindo os “furas”, quer através de ações simbólicas muito próprias do espírito da época.

As iniciativas mais extraordinárias, e que perduram na memória de muitos, foram a Operação Flor e a Operação Balão. Na primeira, vários estudantes adquiriram flores, que depois fizeram distribuir pela população da baixa citadina. Na segunda, a descida à baixa da cidade foi feita empunhado balões, onde estavam inscritas frases e palavras de ordem do movimento. Chegados ao Largo da Portagem, e já em conjunto com os populares, lançam-nos ao céu. Também aqui, tudo era possível.

Estudantes carregando as flores que fizeram distribuir pela população coimbrã. 3 de junho de 1969. Fonte: Biblioteca Municipal de Coimbra - Imagoteca
Estudantes transportando as flores que fizeram distribuir pela população coimbrã. 3 de junho de 1969. Fonte: Biblioteca Municipal de Coimbra - Imagoteca Estudantes transportando as flores que fizeram distribuir pela população coimbrã. 3 de junho de 1969. Fonte: Biblioteca Municipal de Coimbra - Imagoteca

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