Após o 25 de Abril de 1974, os estudantes participam ativamente na construção da democracia, estando presentes nas principais lutas políticas e sociais do período revolucionário.
Logo nos primeiros dias de liberdade, nas universidades multiplicam-se os plenários e reuniões; as associações académicas são reabertas e muitos professores são saneados.
Na sequência das lutas estudantis dos anos sessenta, criam-se sistemas de gestão que, pela primeira vez, contam com a participação de estudantes e funcionários. No turbilhão revolucionário, todo o sistema de ensino é contestado: combatem-se os velhos métodos e o sistema de avaliação assente em exames, reestruturam-se cursos e os estudantes exigem a independência imediata das colónias.



A “ida ao povo”, para estabelecer um contacto direto com a realidade da população portuguesa, sobretudo em contextos mais desfavorecidos, foi uma das originalidades do processo revolucionário português.
O Movimento das Forças Armadas (MFA) procurou estabelecer esse contacto através das Campanhas de Dinamização Cultural e Ação Cívica. Militares e civis foram para zonas do interior do país desenvolver campanhas de esclarecimento político e dar apoio médico e veterinário às populações e animais. Muitas vezes, estas campanhas contemplavam também ações culturais, contando com a presença de cantores e outros artistas comprometidos com a Revolução.
No movimento estudantil do tempo da Revolução, a “ida ao povo” assumiu particular importância, fosse através da realização de campanhas de alfabetização, fosse através da dinamização de animações socioculturais ou rastreios médicos.
Igualmente importante foi a participação em jornadas de trabalho voluntário em empresas nacionalizadas, cooperativas e unidades coletivas de produção, ou na reconstrução de infraestruturas em bairros degradados. As Campanhas de Alfabetização e Educação Sanitária e o Serviço Cívico Estudantil foram as iniciativas de maior relevo.