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À data da revolução portuguesa, foram identificados 4.249 presos políticos nas colónias, dos quais 2.200 em Moçambique, 1.921 em Angola (aos que se somavam os 50 angolanos presos do Tarrafal), 62 guineenses na ilha das Galinhas e 26 cabo-verdianos (14 no Tarrafal e 12 em Angola).

A libertação dos presos nas colónias iniciou-se nos primeiros dias após o 25 de Abril e estendeu-se pelos meses seguintes.

Na Guiné, 33 combatentes independentistas permaneceram detidos até 14 de setembro, data em que foram trocados por militares portugueses às mãos do PAIGC. No dia 29, começaram as libertações dos 19 presos que permaneciam em Bissau, e a 3 de maio foram libertados 25 prisioneiros da Ilha das Galinhas.

Na cidade da Praia, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, onde o representante do MFA era o 1.º tenente José Manuel Miguel Judas, houve manifestações espontâneas contra a DGS em 28 ou 29 de abril. Depois, militantes e simpatizantes do PAIGC dirigiram-se ao campo de concentração do Tarrafal onde, a 1 de maio, libertaram os presos angolanos, guineenses e cabo-verdianos.

Em Angola, na semana subsequente ao 25 de Abril de 1974, foram libertados 85 presos políticos das cadeias Luanda, enquanto os prisioneiros do campo de São Nicolau e de Ponta Albina, na foz do rio Cunene, foram soltos a 3 de maio. Três dias depois, saiu a Portaria de Amnistia n.º 331/75, assinada pelo então tenente-coronel Soares Carneiro, mandando libertar 1.200 africanos (todos negros), presos sem culpa formada pela PIDE/DGS, em São Nicolau, bem como 2.800 dos seus familiares, mulheres e filhos, que ali os acompanhavam. Em 12 de maio, foram libertados mais 306 detidos no campo de São Nicolau, e cinco dias depois, os últimos 330 presos.

Em Moçambique, ocorreu no dia 27 de abril uma primeira reunião dos elementos do MFA, em Nampula, onde foram discutidas a extinção da DGS e a libertação dos presos políticos, que viriam a ser soltos, entre 1 e 21 de maio. Do campo da Machava saíram 554 presos políticos, cujos processos estavam em fase de instrução preparatória. Seguiram-se as libertações dos prisioneiros da cadeia de Ponta Mahone e, em 7 de maio, dos detidos políticos na Beira. Dez dias depois, foram soltos mais 420 detidos de Machava e de outras prisões. No dia 18 de maio, saíram os primeiros prisioneiros políticos da Ilha de Ibo, e três dias depois, os que ali restavam, incluindo 600 guerrilheiros. A 1 de setembro, foram libertados os últimos presos da Frelimo.

#50anos25abril