Há 50 anos, na madrugada de uma quinta-feira, um jovem fotógrafo ouvia Riders Under Storm, dos The Doors, quando foi surpreendido por um comunicado do Movimento das Forças Armadas. Os militares estavam na rua. Estava em curso um golpe militar. Saiu de casa e passou aquele dia 25 de Abril de 1974 a fotografar e a correr. Com duas Nikon F. e cerca de 40 rolos fotográficos, Alfredo Cunha faria algumas das imagens mais icónicas do golpe militar liderado por jovens capitães e que derrubou quase meio século de ditadura.
Para assinalar 50 anos passados sobre esse dia, o fotógrafo reuniu no livro «25 de Abril de 1974, quinta-feira» registos sobre a Guerra Colonial — com texto de Carlos Matos Gomes, militar de Abril; o Dia 25 de Abril — com texto de Adelino Gomes, repórter que acompanhou os acontecimentos; e Depois de Abril — com texto de Fernando Rosas, historiador e protagonista dos anos quentes de 1974-1975.
Algumas das imagens agora publicadas são inéditas. A obra inclui ainda gravuras criadas pelo artista visual Vhils sobre algumas das fotografias.
O livro é editado pela Tinta-da-china e tem o apoio da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.
Sobre o Autor
Alfredo Cunha nasceu em 1953, em Celorico da Beira.
Em 1970, iniciou a carreira profissional em fotografia publicitária e comercial; no ano seguinte, estreou‑se como fotojornalista no jornal Notícias da Amadora. Colaborou com os jornais O Século e O Século Ilustrado, com a revista Vida Mundial, com a Agência Noticiosa Portuguesa – ANOP e com as agências Notícias de Portugal e Lusa.
Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares, e recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. No jornal Público, foi editor fotográfico entre 1989 e 1997, e integrou o grupo Edipresse como fotógrafo e editor. Em 2000, começou a trabalhar na revista semanal Focus. Em 2002, colaborou com Ana Sousa Dias no programa televisivo Por Outro Lado, da RTP2. Entre 2003 e 2009, foi fotógrafo e editor do Jornal de Notícias. De 2010 a 2012, foi director fotográfico da Agência Global Imagens. Actualmente, trabalha como freelancer e desenvolve vários projectos editoriais.
Do seu percurso, destacam‑se as séries fotográficas dedicadas ao 25 de Abril de 1974, à descolonização portuguesa em Angola, Moçambique, Guiné‑Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor‑Leste e Cabo Verde, ao PREC (Processo Revolucionário em Curso, 1974‑1975), à queda de Nicolae Ceausescu, na Roménia (1989), e à Guerra do Iraque (2003).
Publicou diversos livros de fotografia, entre os quais: Raízes da Nossa Força (1972), Vidas Alheias (1975), Disparos (1976), Naquele Tempo (1995), O Melhor Café (1996), Porto de Mar (1998), 77 Fotografias e Um Retrato (1999), Cidade das Pontes (2001), Cuidado com as Crianças (2003), Cortina dos Dias (2012), O Grande Incêndio do Chiado (2013), Os Rapazes dos Tanques (2014), Toda a Esperança do Mundo (2015), Felicidade (2016), Fátima, enquanto Houver Portugueses (2017), Mário Soares (2017), Retratos 1970‑2018 (2018), O Tempo das Mulheres (2019), A Cidade Que não Existia (2020), Leica Years (2020), O Livro da Maia (2021), A Bênção dos Animais (2021) e Porto: A Cidade das Pontes (2022).
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VISÃO
A vida de Amílcar Cabral em 50 objectos numa exposição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril
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