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Uma coleção de obras apreendidas e proibidas pelo Estado Novo

Acusados de serem imorais, pornográficos, comunistas, irreligiosos, subversivos, anarquistas ou revolucionários, os livros da coleção «Biblioteca da Censura», editados entre abril de 2022 e abril de 2024, são reproduções fac-símile dos originais censurados, que se encontram guardados na Biblioteca Nacional de Portugal.

A seleção de 25 exemplares feita para a «Biblioteca da Censura» integra obras proibidas ou autorizadas com cortes, ou primeiro proibidas e depois autorizadas, que contam várias histórias sobre o controlo e a regulação da vida literária e cultural em Portugal, durante grande parte do século XX.

A «Biblioteca da Censura» evidencia o modo como a ditadura procurou moldar a sociedade e a opinião pública, proibindo quase todas as obras que pudessem contrariar, expor ou criticar a doutrina do Estado Novo.

Segundo Alvaro Seiça, curador desta coleção, entre 1934 e 1974, a censura do Estado Novo produziu mais de dez mil relatórios de leitura aos livros de autores portugueses, lusófonos e estrangeiros (em edição original ou tradução) que circulavam em território nacional.

“A par da propaganda, da repressão exercida pelo Estado através da polícia política, do clima de medo e autocensura, a atuação da Censura teve um impacto incomensurável, não só no desenvolvimento das mentalidades e na vida intelectual do país, na produção e receção literárias, no quotidiano e obra dos escritores, mas também no legado que deixou às gerações vindouras”, afirmou.

Esta iniciativa resultou de uma parceria entre o jornal PÚBLICO, a editora A Bela e o Monstro e a Biblioteca Nacional de Portugal. Contou com o apoio da RTP, da Antena 1, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

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#50anos25abril