«A Revolução dentro da Revolução» apresentado por Dulce Freire, Michael Baum e António Costa Pinto
A obra «A Revolução dentro da Revolução — O Controlo Operário no Portugal Rural», de Nancy Bermeo, será apresentada pelos investigadores Dulce Freire, Michael Baum e António Costa Pinto, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), no dia 9 de novembro, às 16h00. É o sexto volume da coleção «O 25 de Abril Visto de Fora». Antes da apresentação, tem lugar uma visita guiada à Exposição «Às Armas ou às Urnas – Povo, MFA e Forças Armadas: entre revolução e democracia (1974-1982)», às 14h15, pelo curador Gonçalo Margato. O acesso é livre.
O Livro
«A Revolução Dentro da Revolução» é uma análise da reforma e revolução no mundo rural português e tem como tema central o controlo operário, ou seja, a gestão e o usufruto coletivos dos bens de produção.
A investigação responde a três perguntas que estão interligadas. A primeira, o que levou os assalariados rurais do sul a contestar as relações de propriedade e a criar herdades geridas por trabalhadores? A segunda, quais as repercussões a nível micro das unidades cooperativas geridas por trabalhadores, após a sua criação? Por último, qual era a natureza da interação entre as cooperativas e o sistema estatal no qual estavam inseridas? Como se desenvolveram no Estado pós-revolucionário?»
A Autora
Nancy Bermeo é uma cientista política norte-americana e é investigadora principal do Nuttfield College da Universidade de Oxford, onde foi responsável pela disciplina de Política Comparada. O seu trabalho foca-se nas causas e consequências das mudanças de regime.
«A Revolução Dentro da Revolução» foi o seu primeiro livro, resultado da tese de doutoramento que defendeu na Universidade de Yale, e Ordinary People in Extraordinary Times (Princeton, 2003), um dos mais recentes, foi distinguido com o Prémio Best Book na área de Comparative Democratization pela American Political Science Association.
O 25 de Abril Visto de Fora
A coleção «O 25 de Abril Visto de Fora» é uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a editora Tinta da China. Contempla um total de dez obras alusivas à Revolução e à consolidação da democracia em Portugal até agora inéditas em português, a maioria de autores estrangeiros. A publicação dos volumes vai decorrer até 2026, acompanhando o programa das Comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril.
«Às Armas ou às Urnas»: visitas guiadas e «Histórias Cruzadas»
Esta apresentação é parte integrante da programação da Exposição «Às Armas ou às Urnas – Povo, MFA e Forças Armadas: entre revolução e democracia (1974-1982)», desenvolvida pela Comissão Comemorativa 50 anos de 25 de Abril. Esta exposição aborda a relação entre militares e civis durante o período revolucionário e de transição democrática.
Poderá ser visitada entre 25 de setembro de 2024 e 16 de fevereiro de 2025, de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 17h00, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa. A entrada é gratuita.
Há visitas guiadas previstas para os dias 15 de dezembro, 12 de janeiro e 9 de fevereiro, às 10h00 e às 11h30.
No dia 17 de novembro, às 10h30 e às 12h00, têm lugar duas visitas guiadas especiais, sobre o tema «Histórias Cruzadas». Estas sessões procuram destacar outros olhares sobre o período que a Exposição aborda, olhando para as histórias queer, global e rural da democratização portuguesa com a ajuda de jovens investigadores que se têm dedicado a estas perspetivas. Contam com a presença de Gonçalo Margato, curador da Exposição, Joana Matias (IHC-NOVA-FCSH), Leonardo Aboim Pires (GHES/CSG – ISEG/UL) e Rita Lucas Narra (IHC-NOVA-FCSH).
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, revisitam-se os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.