Livro «As Forças Armadas Portuguesas e o Estado», de Lawrence S. Graham, será publicado pela primeira vez em Portugal e está nas livrarias a 21 de setembro
O livro «As Forças Armadas Portuguesas e o Estado», da autoria do politólogo norte-americano Lawrence S. Graham, será publicado pela primeira vez em Portugal. Chega às livrarias no dia 21 de setembro, e é o terceiro volume da coleção «O 25 de Abril visto de fora».
A obra foca-se na relação entre as Forças Armadas e o Estado durante a transição e a consolidação democráticas em Portugal. O autor apresenta o caso português numa perspetiva comparada com a América Latina e a Europa de Leste, e como ponto de partida para uma análise mais geral e transnacional de padrões de relação entre militares e democracia.
Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, afirma: “As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril iniciam agora uma nova fase, em que nos debruçaremos sobre o papel central que os militares desempenharam no caminho que levou ao derrube da ditadura e, posteriormente, na construção da democracia portuguesa. Esta é uma obra essencial para enquadrar o caso português num contexto global.”
António Costa Pinto, coordenador da coleção e investigador coordenador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, afirma: “Este é um livro pioneiro sobre os militares e a consolidação da democracia portuguesa, finalmente traduzido em português. Publicado nos EUA pela Westview Press em 1993, ele coroa uma série de estudos académicos (e também jornalísticos) sobre a ação política dos militares portugueses. O 25 de Abril apanhou de surpresa o mundo político e académico internacional da década de 1970, e os primeiros estudos sérios sobre o caso português foram da autoria de estudiosos estrangeiros, quando o mundo académico português ainda era incipiente. Nesta obra, Graham aborda o papel dos militares na consolidação democrática numa perspetiva comparada.”
O autor
Lawrence S. Graham (EUA, 1936-2023) foi professor na Universidade do Texas, Austin, durante 45 anos, onde ensinou Política Comparada, e foi fundador e diretor do Brazil Center (no Lozano Long Institute de Estudos Latino-Americanos) e vice-presidente de Estudos Internacionais. Doutorado em Ciência Política, especializou-se em políticas públicas e em política comparada e combinou sempre o ensino com a investigação e com o trabalho de campo em várias áreas do globo. Começou por dedicar os seus estudos ao Brasil e à América Latina, mas a sua investigação levou-o ainda para o leste e para o sul da Europa, incluindo Portugal, e para os países africanos de língua portuguesa. Publicou 17 livros e mais de cem artigos.
A coleção «O 25 de Abril Visto de Fora»
«O 25 de Abril Visto de Fora» é uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a editora Tinta-da-china. Contempla um total de dez obras alusivas à Revolução e à consolidação da democracia em Portugal até agora inéditas em português, a maioria de autores estrangeiros. A publicação dos volumes vai decorrer até 2026, acompanhando o programa das Comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril.
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
“Entendemos que as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril devem promover o conhecimento do passado e afirmar-se, em simultâneo, enquanto catalisador de uma consciência coletiva de cidadania, contribuindo para uma sociedade mais participativa, plural e democrática. A coleção «O 25 de Abril Visto de Fora» concorre para este objetivo”, acrescenta Maria Inácia Rezola.
O período inicial das Comemorações tem sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) serão revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.