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Os Capitães voltaram ao Monte do Sobral para recordar a primeira reunião do Movimento que depôs a ditadura

A 9 de setembro, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril evocou, no Monte do Sobral, em Alcáçovas, Viana do Alentejo, os 50 anos da criação do Movimento dos Capitães. Voltaram a este local perto de 50 dos 136 militares que participaram na primeira reunião clandestina dos jovens capitães que, a 25 de Abril de 1974, haviam de depor a ditadura.

A iniciativa contou ainda com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, da Comissária Executiva, Maria Inácia Rezola, da ministra da Defesa, Helena Carreiras, e do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

A evocação contemplou lançamentos de 18 paraquedistas, que representavam várias associações nacionais, e o descerramento de um painel de azulejos evocativo. O Grupo Coral dos Trabalhadores de Alcáçovas cantou «Grândola, Vila Morena», a música de José Afonso escolhida como uma das senhas para o golpe militar. A Jovem Orquestra Portuguesa interpretou «O Governo do Povo», o Hino das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, da autoria do Bruno Pernadas; «Chant for East Timor», de Luís Tinoco, e «Sinfonia N.5 em Dó menor, Op.67», de L. V. Beethoven.

Esta evocação foi realizada em parceria com a Associação 25 de Abril, com a Câmara Municipal de Viana do Alentejo e com a Junta de Freguesia de Alcáçovas.

«As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril são uma oportunidade para evocar os valores intemporais que nos moveram para a concretização da epopeia histórica que protagonizámos. A memória é responsabilidade. Foi uma caminhada longa, feita de forma acelerada, e com um resultado feliz.»

Presidente da direção da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço

«O 25 de Abril é de todos, mesmo daqueles que naquela ocasião estavam contra, ou mesmo daqueles que são contra, ou que pensam que são contra. O 25 de Abril, nascendo à esquerda, é da esquerda e é da direita. É de todos. Construiu a Liberdade e a Democracia.»

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Nova fase nas Comemorações do cinquentenário do 25 de Abril

A evocação dos 50 anos da criação do Movimento dos Capitães marca uma nova etapa nas Comemorações do cinquentenário da Revolução.

Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva, afirma: “Iniciamos agora uma nova fase nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. A partir de 9 de setembro – o dia em que, há 50 anos, 136 jovens militares se reuniram clandestinamente e fundaram o Movimento dos Capitães – vamos destacar, em vários momentos, o papel central que os Capitães de Abril desempenharam no caminho que levou ao derrube da ditadura. Esta é uma etapa fundamental na passagem de testemunho sobre a luta contra a ditadura e a construção da democracia que pretendemos levar a cabo sobretudo junto das novas gerações”.

Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026

As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.

“Entendemos que as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril devem promover o conhecimento do passado e afirmar-se, em simultâneo, enquanto catalisador de uma consciência coletiva de cidadania, contribuindo para uma sociedade mais participativa, plural e democrática”, acrescenta Maria Inácia Rezola.

O período inicial das Comemorações tem sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) serão revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.


Fotografias de Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril

#50anos25abril