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Salgueiro Maia, o “herói popular”

Nova edição da biografia do capitão de Abril lançada em sessão de homenagem no Quartel do Carmo.

Salgueiro Maia, o “herói popular” do 25 de Abril de 1974, não teve o reconhecimento devido, considera António Sousa Duarte, autor da biografia do militar que comandou as tropas que cercaram o Terreiro do Paço.

Publicada há 27 anos, a biografia “Salgueiro Maia – Um Homem da Liberdade” vai já na 13.ª edição, que será lançada no dia 1 de abril, na sessão de homenagem ao capitão de Abril, no Quartel do Carmo, quando passam 30 anos da sua morte.

As 13 edições da biografia não surpreendem o autor. “Só me surpreende não haver mais biografias sobre o Salgueiro Maia, não haver mais investigação sobre o Salgueiro Maia. Faz-me imensa confusão que este país não tenha mais curiosidade”, lamenta António Sousa Duarte, que também tem uma tese de doutoramento sobre o militar.

Essa ausência contrasta com a exaltação popular da figura de Salgueiro Maia, rosto da revolução que em 1974 depôs a ditadura salazarista.

“Os heróis não são aqueles que querem ser heróis, são aqueles que o povo elege como heróis”, destaca António Sousa Duarte.

“Ele quis ser anti-herói, mas não teve chance, não o deixaram. Ele dizia muitas vezes ‘os heróis são santos que cheiram mal’”, recorda, comparando-o a outros “heróis populares”, como a padeira de Aljubarrota e Viriato.

A cada reedição da biografia, António Sousa Duarte aproveita para “fazer melhorias” no texto, mas o conteúdo mantém-se inalterado.

A novidade chega noutro formato: um filme de ficção inspirado na biografia. Realizado por Sérgio Graciano e produzido pela Sky Dreams Entertainment, “Salgueiro Maia – O Implicado” tem estreia no dia 14, nas salas de cinema de todo o país (antestreia no dia 4).

#50anos25abril