A quarta arrancada de Spínola pelo poder, a mais discreta, tem lugar em agosto, num momento de crescente tensão política e social, de reorganização das direitas e de agudização das lutas operárias e da disputa em torno da questão colonial.
Na segunda quinzena de agosto, uma sucessão de reuniões com as principais figuras políticas e militares denunciavam a crise política.
Spínola ameaçara demitir-se no início do mês e preparava-se para apresentar ao Conselho de Estado um documento que propunha um “regime transitório de exceção”, a “suspensão transitória da liberdade” e de alguns “direitos”, no que será dissuadido por Costa Gomes.
Exigindo a extinção da Comissão Coordenadora do MFA e a reposição da hierarquia militar, circula em agosto o documento Engrácia Antunes/Hugo dos Santos, que marcou o arranque de um bloco político-militar que procura conter o rumo revolucionário, a politização das Forças Armadas, a ascensão do PCP e a descolonização e que conduzirá ao 28 de Setembro e à posterior ação conspirativa da direita civil e militar que culminará no 11 de Março.