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Cinquenta anos depois, o 25 de Abril e o processo revolucionário de 1974-75 continuam a ser objeto de discussão em várias disciplinas das ciências sociais e das humanidades. Sobretudo nas últimas décadas, os debates em torno da Revolução procuraram ir para além dos estudos pioneiros sobre o processo político e militar, através de múltiplas abordagens que ajudam a compreendê-lo em toda a sua complexidade: as transformações sociais e a participação política de base; os contextos internacionais, nomeadamente no que diz respeito aos processos de luta anticolonial e à Guerra Fria; as dinâmicas políticas e sociais na sua diversidade regional; a economia política da Revolução; os repertórios de luta e as linguagens escritas, visuais e musicais; o papel da Revolução e da sua memória na história global e na sociedade portuguesa democrática; os processos de patrimonialização, musealização e preservação das memórias; as análises comparativas com outras revoluções e transições para sistemas democráticos.
A ocasião do cinquentenário surge assim como uma oportunidade para fazer um ponto da situação e discutir, a partir de uma perspetiva interdisciplinar, o futuro dos estudos sobre a Revolução.

Neste sentido, o Congresso Internacional 50 anos do 25 de Abril apela à participação de investigadores/as de áreas tão distintas como a sociologia, a história, a economia, a ciência política, as relações internacionais, a antropologia, a história de arte e os estudos artísticos e literários. Privilegiam-se abordagens inovadoras nos âmbitos temáticos acima referidos que contribuam para reforçar o conhecimento deste momento fundador da nossa contemporaneidade.

 

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Organização

Plano Temático para Aceitação de Comunicações

A secção I compreende os estudos sobre o Marcelismo e a crise final do regime nas suas dimensões nacional e internacional, incluindo as dinâmicas sociais e políticas geradas em torno Guerra Colonial.

A secção III inclui investigação sobre as lutas dos trabalhadores e os órgãos de vontade popular, as lutas dos moradores e a questão da habitação, a reforma agrária e as novas políticas agrárias, as nacionalizações e as estratégias de desenvolvimento económico, as lutas feministas e as organizações das mulheres, as lutas pela diversidade sexual e de género e os seus movimentos, as lutas anti-racistas e os seus movimentos, a população racializada, o ensino e o movimento estudantil.

A secção IV versa sobre a cultura no PREC, incluindo a imprensa, o audiovisual (rádio e televisão), a música, o cinema, o teatro, a literatura, a pintura e os murais, o cartaz.

A secção V é dedicada à descolonização. Reúne apresentações sobre a situação da Guerra Colonial e as guerras de libertação em 1974, a questão colonial e o poder político e militar em Portugal no processo revolucionário, os movimentos de libertação nacional e o processo de descolonização, os efeitos da descolonização na sociedade portuguesa, a chegada a Portugal de populações das antigas colónias, a situação dos militares africanos integrados nas forças militares portuguesas, o racismo estrutural da sociedade portuguesa.

A secção VI trata da conjuntura internacional e da política externa dos governos provisórios, das ligações internacionais entre forças políticas e o poder militar, dos apoios internacionais e da intervenção externa no processo revolucionário.

A secção VII introduz a dimensão comparativa no estudo da Revolução portuguesa. Aborda a temática a partir de reflexões em torno das Revoluções, dos processos de democratização, das convergências e divergências das transições para a democracia.

Nesta secção agrupam-se as pesquisas dedicadas aos processos de memorialização do passado e as suas mutações ao longo do tempo, às políticas publicas de memória e às políticas do esquecimento, aos debates das interpretações sobre história e memória em suas múltiplas dimensões e ao comemorativismo.

Datas: 2, 3 e 4 de Maio de 2024

Local: Reitoria da Universidade de Lisboa

Modalidade: Os interessados devem submeter a sua proposta através do formulário até dia 10 de setembro de 2023.

Admissibilidade: A decisão sobre a respetiva admissibilidade será comunicada aos proponentes até 10 de Dezembro de 2023.

Organização dos painéis: A organização dos painéis do Congresso será definida em função do número e variedade das comunicações admitidas.

Sessões plenárias: haverá uma conferência de abertura e uma conferência de encerramento a cargo de dois conferencistas convidados.

Comissão Organizadora

Maria Inácia Rezola, Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril • Fernando Rosas, IHC – NOVA FCSH • José Neves, IHC – NOVA FCSH • Miguel Cardina, CES – Universidade de Coimbra • Rita Almeida de Carvalho, ICS – Universidade de Lisboa • José Lopes Cordeiro, Universidade do Minho • Coronel Aniceto Afonso, Associação 25 de Abril

Comissão Científica

Álvaro Garrido, CEIS20 – Universidade de Coimbra • António Costa Pinto, ICS – Universidade de Lisboa • Augusto Nascimento, FLUL • Fernando Rosas, IHC – NOVA FCSH • José Lopes Cordeiro, Universidade do Minho • José Neves, IHC – NOVA FCSH • Luís Trindade, CEIS20 – Universidade de Coimbra • Luísa Tiago de Oliveira, CIES – ISCTE • Manuel Loff, Universidade do Porto, IHC – NOVA FCSH • Maria da Conceição Meireles Pereira, CITCEM • Maria Fernanda Rolo, HTC – NOVA FCSH • Maria Inácia Rezola, Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril • Miguel Cardina, CES – Universidade de Coimbra • Rui Bebiano, Centro de Documentação 25 de Abril – Universidade de Coimbra • Sérgio Campo Matos, CHUL – FLUL • Sílvia Roque, CES – Universidade de Coimbra e Universidade de Évora • Sónia Vespeira de Almeida, CRIA – NOVA FCSH • Rita Rato, Museu do Aljube • Luísa Teotónio Pereira, CIDAC • CULTRA, Cooperativa Culturas do Trabalho e Socialismo

#50anos25abril