Foi de mansinho que a Revolução começou a entrar nas páginas do “Diário do Alentejo”, muito antes da bendita madrugada de 25.
Assim, quase como se não se desse conta, apesar do fervilhar que se vivia naquela que era uma redação que tentava, fintando a censura, noticiar o que era necessário noticiar, procurando, através de dar voz ao silêncio, minar os alicerces de um Estado Novo enraizado na região.
O ano seguinte, entre Abril de 1974 e abril de 1975, foi o culminar de tanto tempo de espera. E esse fervilhar ficou bem patente nas capas do “Diário do Alentejo”, naquele que foi ano frenético e decisivo da nossa imberbe Democracia.
Nesta exposição estamos perante cinquenta capas que marcaram esse ano, uma para simbolicamente comemorar cada ano que decorreu sobre o 25 de Abril de 1974. Poderiam ter sido outras, quase todas, pois as dinâmicas sucediam-se, todas importantes para compreendermos o que então se passava. Procurámos, no entanto, proporcionar uma leitura variada, um olhar sobre diversos sectores, com particular destaque para o que se passava a nível local, apesar de alguns acontecimentos no plano nacional se imporem pelo seu decisivo impacto.
Depois de Abril de 1974 o sabor da liberdade e as rupturas de mudança disseminaram-se por todo o país. As gentes de Beja e da sua planície iriam estar na linha da frente da defesa da Revolução, um caminho que o “Diário do Alentejo” acompanhou de muito perto.
