“O voo mais alto” é uma singela obra coletiva produzida (texto e ilustrações) no âmbito do clube “Saber p’ra que te quero”, frequentado por alunas do 7º ano na Escola Básica Ferreira Lapa – Agrupamento de Escolas de Sátão. A ideia surgiu na sequência da celebração dos 50 anos do 25 de Abril. Considera-se esta uma bela forma de reflexão, intervenção cultural e envolvimento da comunidade na expressão do seu papel essencial de valorização e conservação da Democracia conquistada em Abril de 1974.
“O voo mais alto” é uma metáfora que nos apresenta as dificuldades e desafios que uma comunidade de aves enfrenta para se manter viva e poder desenvolver a sua capacidade de voar, e voar o mais alto possível. Recorrendo a lugares e nomes familiares remete para sons, paisagens e sensações que podemos ainda experimentar. Utilizando as aves como símbolo do sonho e do propósito de liberdade, que habita cada um de nós, a história cria tal intimidade que envolve os leitores e os leva a identificar-se com as personagens e com os seus dilemas. De uma forma simples somos também transportados a outros tempos em que a vida e a escola eram diferentes, a guerra espreitava em cada família, os ambientes sociais tinham a marca do medo e a ânsia de liberdade gritava no peito de cada ave à espera de poder soltar-se e invadir os ares. Até que, finalmente, chega o dia, em que os Capitães de Abril acertaram as suas vozes e a floresta aparentemente adormecida desperta com um novo hino que exprime a vontade de transformar a floresta numa “terra da fraternidade”. Nesse dia as aves trazem no bico a marca da revolta contra o medo – um cravo vermelho – que é também o símbolo da liberdade conquistada.