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Esta exposição evoca o papel do mundo do trabalho e do movimento sindical anticorporativo no combate à ditadura. Pode ser visitada até 19 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 16h00.

Esta exposição evoca o papel do mundo do trabalho e do movimento sindical anticorporativo no combate à ditadura. É composta por dois polos, um deles no Hub Criativo do Beato e o outro nas Oficinas da CP no Barreiro. No Barreiro, a exposição pode ser visitada até 19 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 16h00, e ao fim de semana das 15h às 19h.


“As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril decorrem até 2026. Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo como objetivo global reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da Democracia. O período inicial das Comemorações, que agora decorre, é dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. É nesse contexto que se enquadra esta exposição”, afirma Maria Inácia Rezola, Comissária-Executiva.

José Pacheco Pereira, historiador e Comissário científico da iniciativa, afirma: “O tema da exposição é de grande relevância para compreendermos o
fim da ditadura e o processo de construção da Democracia. O movimento sindical e grevista, que é aqui documentado, teve um papel decisivo no
fim do Estado Novo e na criação das novas instituições democráticas. O movimento militar que fez o 25 de Abril resultou, sem dúvida, do esgotamento gerado pela Guerra Colonial, mas teve o contributo de um novo contexto social e político.”

Na segunda metade dos anos de 1960, o mundo encontra-se em grande convulsão. Verifica-se um processo de radicalização política internacional, motivado pela guerra do Vietname, pela emergência do chamado “Terceiro Mundo”, pela instabilidade social em muitos países da Europa e na América, pelas sucessivas independências em África, pela Revolução Cultural na China, pelo papel crescente dos movimentos estudantis e juvenis em França, na Alemanha, em Itália e nos Estados Unidos da América, pela invasão da Checoslováquia, e pela crise das hegemonias americana e soviética. A estas mudanças políticas associaram-se mudanças culturais e sociais. Portugal, embora isolado, não permanecerá imune a estas mudanças aceleradas.


Documentação inédita sobre os mecanismos de repressão da ditadura

“Em Portugal, no final dos anos 1960, tem início uma nova época de protestos, de greves, de reivindicações, de organização e ação legal, semi-ilegal e clandestina, que começa mesmo antes da ascensão de Marcelo Caetano ao poder, em 1968, e se intensifica durante o seu Governo.

Verifica-se um crescimento exponencial das lutas sociais, com importante expressão no movimento grevista e no “assalto” anticorporativo aos sindicatos do regime. Não é um movimento inteiramente espontâneo, contando com a ação de partidos e movimentos clandestinos, como o PCP, os ‘católicos progressistas’ e os esquerdistas”, acrescenta o historiador.

Desta exposição consta um primeiro levantamento exaustivo das greves e protestos no Marcelismo, que aponta para um número superior a 300 ocorrências, e informação obtida a partir da consulta de documentação inédita da Legião Portuguesa (LP) e da PIDE-DGS, que permite compreender os mecanismos da repressão da ditadura: PIDE-DGS, PSP, GNR e LP. A exposição destaca ainda a participação das mulheres neste movimento de contestação, em particular das operárias ligadas aos têxteis e lanifícios.

Até ao final de outubro, a iniciativa contará com um programa de dinamização que inclui visitas guiadas, leituras de livros infantis e Conversas
#NãoPodias.


«Unidos Venceremos! Protesto, sindicatos e greves no Marcelismo (1968-1974)» é uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril e da Ephemera – Associação Cultural, em parceria com Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Arquivo Nacional do Som, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal do Barreiro e CP – Comboios de Portugal.

Condições de acesso ao evento

Acesso Livre

#50anos25abril