Está patente, de 27 de janeiro a 5 de maio, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, a exposição «Factum», de Eduardo Gageiro, organizada pelas Galerias Municipais/ EGEAC por ocasião dos 50 anos do 25 de abril.
«Factum» mostra uma seleção alargada de cerca de 170 fotografias de Eduardo Gageiro, um dos mais notáveis fotógrafos portugueses que acompanhou criticamente acontecimentos, modos de vida e personalidades diversas da história recente do país.
Para esta exposição foram realizadas novas e cuidadas digitalizações, tratamentos de imagem, ampliações e impressões de todas as fotografias selecionadas, a partir dos seus negativos originais. Destacam-se, neste âmbito, algumas das imagens mais relevantes do dia 25 de Abril de 1974, entre outras séries de trabalhos, que mostram o país nas suas várias vicissitudes políticas, sociais e culturais, desde a década de 1950 até 2023: trabalho nas fábricas, no campo, na construção civil, emigração, repressão policial do Estado Novo, manifestações populares, revolução, religião, bastidores da política, personalidades várias, entre outros assuntos. A fotografia mais recente foi tirada na manifestação de 25 de abril de 2023.
Esta exposição, preparada ao longo de um ano de trabalho próximo com Eduardo Gageiro, procura dar conta da excecionalidade ética do seu olhar perante diferentes realidades e oportunidades, relevando a importância das suas imagens para uma reflexão mais ampla sobre a história recente de Portugal e sobre a fotografia enquanto índice factual de realidade, acontecimento e de vida.
No âmbito desta exposição, será editado um catálogo com ensaio de Sérgio B. Gomes e design de Pedro Falcão.
Sobre Eduardo Gageiro
Eduardo Gageiro nasceu em Sacavém a 16 de Fevereiro de 1935. Empregado de escritório na Fábrica de Loiça de Sacavém de 1947 a 1957, conviveu diariamente com pintores, escultores e operários fabris, que o influenciam na sua decisão de fazer fotojornalismo.Com 12 anos publica no Diário de Notícias, com honras de primeira página, a sua primeira fotografia.Começa a sua actividade de repórter fotográfico no Diário Ilustrado em 1957.Foi fotógrafo do Diário Ilustrado, O Século Ilustrado, Eva, Almanaque, Match Magazine, editor da revista Sábado, Associated Press (Portugal), Companhia Nacional de Bailado, da Assembleia da República e da Presidência da República. Trabalhou, nomeadamente, para a Deustche Gramophone – Alemanha, Yamaha – Japão e para a Cartier. Actualmente é freelancer.É membro de honra do Fotokluba Riga (ex-URSS), Fotoclube Natron (ex-Jugoslávia), Osterreichisdhe Fur Photographie, O.G.Ph Viena (Áustria), Gold Year de Honra (Novi Sad, ex-Jugoslávia) e Excellence F.I.A.P. (Fédération Internationale de l’art Photographique – Berna, Suíça).No II Congresso Internacional de Repórteres Fotográficos, realizado em S. Paulo, Brasil, em 1966, foi nomeado vice-presidente.É actualmente o único português com uma fotografia em exposição permanente na Casa da História Europeia, em Bruxelas, desde 2014 (id:333).Mestre Fotógrafo Honorário da Associação de Fotógrafos Profissionais – 2009Cavaleiro da Ordem de Leopoldo II – BélgicaComendador da Ordem do Infante D. Henrique.Ao longo do seu longo percurso, realizou várias exposições individuais em coletivas em Portugal e no esrtrangeiro, tendo recebido vários prémios. O seu trabalho foi publicado em diversas publicações. Organizou, ainda, vários livros.