
*espécie de livro de memórias do capitão que comandou a coluna que teve um papel central no dia da Revolução dos Cravos.
Um espetáculo de 60 minutos que não previa mas passou a integrar uma conversa espontânea que se gerou no final, facto inusitado que o transformou, desde logo e a partir do momento da sua estreia, em algo mais que uma representação de sentido unidirecional: na plateia, pessoas que estiveram na guerra colonial ou que viveram os dias da ditadura ou que já nasceram em democracia quiseram manifestar a sua opinião, colocar questões, participar de uma manifestação artística que acabavam de experienciar, talvez num impulso espontâneo parecido com o de quem saiu à rua quando percebeu que estava a viver o Dia da Liberdade.
Dali, e das apenas 6 representações previstas, o pequeno objeto artístico rebelou-se e partiu a correr terras e oportunidades de apresentação, que foram surgindo de acordo com a temática abraçada e a leveza do seu pé, já que um ator, um técnico e cinco livros foram sempre quanto bastou para percorrer o Alto Minho, Porto, Maia, Almada, Portalegre, Elvas, Beja, Cáceres, Badajoz, Sevilha, Saragoça, São Paulo e voltar a Viana do Castelo, em mais de 60 apresentações feitas ao longo de 5 anos.
Dez anos volvidos, nos 50 Anos do 25 de Abril, Ricardo Simões volta a enfrentar-se como ator e autor do monólogo original, mergulhando numa década de experiências marcantes, provocando agora que objeto e memória, texto e documento, passado e presente, se
sistematizem na construção de um novo lugar de atuação intitulado Salgueiro Maia: cartografia de um monólogo.
FICHA ARTÍSTICA:
Criação e Interpretação | Ricardo Simões
Apoio | Adriel Filipe, Ana Barbosa, Ana Reguengo, Alexandre Calçada, Elisabete Pinto,
João Grisantes, José Esteves, Marta Bonito, Liliana Barbosa, Patrícia Soares, Tiago
Fernandes