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AkaCorleone: “O papel da arte no contexto da democracia também é o de relembrar que ela é fugaz e que deve sempre ser valorizada e exercitada.”

No ano em que se assinala meio século do momento fundador da democracia portuguesa, a Comissão convidou quatro reconhecidos artistas portugueses – AkaCorleone, Catarina Sobral, Matilde Horta e Nuno Saraiva – a criarem ilustrações para assinalar os 50 anos do 25 de Abril.

O artista AkaCorleone junta-se, assim, às Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e #DizAbril com uma imagem inédita, disponível no site da Comissão, em conjunto com outros recursos de uso livre.

AkaCorleone, alter-ego de Pedro Campiche, é um artista multidisciplinar que assume uma identidade de exploração equilibrada entre o analógico e o digital, definida pela saturação de cor, por formas inspiradas no seu universo pessoal e pela sensação visual gravada em cada obra. Tem desenvolvido o seu trabalho em áreas tão variadas, como a pintura, a instalação e a escultura, fazendo uso do baixo-relevo, do azulejo ou do corte a laser e tendo o acrílico, a madeira, o cimento ou a pedra como corpo. Com as exposições “Find Yourself in Chaos” (Underdogs, 2014), “First World Problems” (Underdogs, 2018) e “Equality” (Festival Iminente, 2020) expandiu o seu alcance artístico, transportando a intervenção no espaço urbano para o habitat de galeria. Já apresentou a sua obra em 14 países, o que lhe valeu reconhecimento nacional e internacional.

 

Que importância tem para ti o 25 de Abril?

Para mim, o 25 de Abril tem uma importância enorme. Para além de ter sido sempre muito festejado em casa, os valores de Abril estiveram presentes na minha educação e sempre fiz questão de me lembrar da importância desta data histórica. 

De todas as conquistas que o 25 de Abril trouxe, qual tem mais significado para ti?

Sem dúvida, a liberdade de expressão a liberdade de podermos exprimir opiniões sem a censura da ditadura, sem o lápis azul. 

Como foi o processo de desenvolvimento da ilustração?

Para esta ilustração, procurei encontrar um equilíbrio entre a minha identidade visual e a resposta ao desafio que me foi proposto, sabendo que representar os valores de Abril e projetar o futuro desta data tão marcante numa geração mais jovem era o segredo para conseguir passar a mensagem necessária. 

Que papel consideras que tem a Arte num contexto de democracia?

Sem dúvida, a Arte deve refletir sobre assuntos que merecem voz, que merecem uma plataforma, mas também tem o papel de lembrar que a democracia é fugaz e que deve sempre ser valorizada e exercitada – não é um dado adquirido. Mas considero que também pode ter uma interpretação mais lúdica, de comunicar valores positivos, de passar mensagens encorajadoras ou de simplesmente incentivar à reflexão. 

O que consideras imprescindível ou prioritário ter em conta na reflexão sobre os próximos 50 anos de democracia?

Acho muito importante ensinar às gerações mais novas os valores de Abril para nos relembrar que a liberdade de expressão, o direito de voto, dar voz ao povo são valores que foram conquistados e que devem ser defendidos pelas próximas gerações para que a democracia não volte a estar em causa.

 


#DizAbril, para celebrar a liberdade nas redes sociais 

A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril desenvolveu a Campanha #DizAbril, que convida todos a, durante o mês de abril, celebrarem nas redes sociais meio século de liberdade de expressão e de pensamento com poemas, canções, imagens ou palavras de ordem. 

Para participar nesta campanha digital é apenas necessário usar nas publicações os hashtags #DizAbril e #50anos25deAbril. A Comissão disponibiliza no seu site, em 50anos25abril.pt, molduras para cada um dos #DizAbril.  

O objetivo desta iniciativa é motivar os participantes a aprofundarem o seu conhecimento sobre este momento histórico e a expressão artística que ele inspirou, mas também que o convite motive a criação de conteúdos originais. 

Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026 

As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia. 

#50anos25abril