«Arte pela Democracia» em maio: tudo o que não pode perder, para continuar a celebrar os 50 anos do 25 de Abril
Durante o mês de maio, o Programa «Arte pela Democracia» — promovido pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) — propõe espetáculos, performances, ateliês para crianças, conversas, sessões de cinema e exposições por todo o país. Consulte a Agenda 25.04 e tome nota de tudo o que pode ver e fazer.
É já hoje, 3 de maio, que a plataforma Portugal Slam e o Poetry Slam Torres Vedras apresentam a iniciativa «Na Boca (H)À Liberdade». O evento, que vai ter lugar às 18h na Casa Azul, em Torres Vedras, faz parte de um projeto especial de poetry slam, organizado em 6 cidades por 6 coletivos, que pretende ampliar as vozes poéticas que expressam os valores da democracia e da liberdade. No sábado, 4 de maio, a competição de slam poetry segue para Lisboa e tem lugar às 18h00, na Biblioteca de Alcântara. No fim-de-semana seguinte, há sessão dupla de «Na Boca (H)À Liberdade» a sul do tejo: no dia 10 de maio, às 21h, no Ponto de Encontro – Casa Municipal da Juventude, em Almada; e a 11 de maio, às 21h30, no Matrix Bar, em Loulé.
«Guião para um País Possível» volta a subir aos palcos, desta vez a 4 de maio, na Casa Cultura Teatro Stephens, na Marinha Grande. O espetáculo que tem como ponto de partida os discursos, intervenções, apartes, insubordinações e até gestos transcritos pelas funcionárias do parlamento nos Diários da Assembleia da República, criado e encenado por Sara Barros Leitão, segue depois para o Teatro Municipal de Vila Real, no dia 10, e para o Cineteatro Louletano, em Loulé, no dia 18.
Ainda a 4 de maio, às 21h30, sobe ao palco do Cineteatro Municipal de Serpa o espetáculo «Heróis do Impossível», que tem encenação de João Garcia Miguel e interpretações de Catarina Wallenstein e Pedro Lacerda. Depois da estreia em Lisboa e da apresentação em Serpa, a peça segue para Coimbra, onde estará em cena no dia 10 de maio, às 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente; e para Vila Real, onde subirá ao palco do Teatro Municipal no dia 25 de maio, às 21h30.
Também este sábado, 4 de maio, há proposta para os mais novos em Lisboa. No ateliê «Fogo das Ideias», as crianças e jovens, a partir dos sete anos, são desafiados a criar cartazes reivindicativos das suas convicções. No final, haverá espaço para uma pequena manifestação feita pelos pequenos ativistas às portas da galeria da Zaratan. O ateliê, dinamizado pela artista-educadora Mariana Ramos, é um evento paralelo da exposição «Lápis Vermelho», atualmente em exibição na Zaratan, e que ficará patente até 1 de junho. Ainda no âmbito da exposição, e integrada no ciclo de performance «VOLTAS», será apresentada no dia 11, às 18h, a performance «Corpo-Travessia», de Melissa Rodrigues e Carolina Varela. Este trabalho consiste num passeio a ser ativado individualmente por cada participante na sua deambulação pela zona de São Bento/Rua da Boavista/Poço dos Negros. Por fim, no dia 19 de maio, entre as 17h e as 18h, decorre na Zaratan uma visita guiada à exposição «Lápis Vermelho», que tem entrada gratuita e conta com interpretação para língua gestual portuguesa.
No dia 5 de maio, às 19h, poderá assistir a uma sessão online do projeto «Livros escritos por mulheres», em que Maria Gil propõe uma leitura performativa do Catálogo da Exposição de Livros Escritos por Mulheres, organizada em 1947 pela jornalista e escritora Maria Lamas e pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. A leitura é acompanhada de uma banda sonora original, criada pelo artista Miguel Bonneville.
No arranque da próxima semana, a 6 de maio, haverá um espaço de conversa no MIRA FORUM, Porto, a propósito do fanzine «Kioskzine – Especial Liberdade». Em diálogo estarão os editores José Farinha e Paulo Pimenta, sobre este número especial dedicado aos 50 anos do 25 de Abril. A conversa terá transmissão online, via Zoom. Mais tarde, a 18 de maio, decorre às 15h30, no Espaço CC11@imago, em Lisboa, o lançamento deste número especial, seguido da inauguração da exposição, que ficará patente até 22 de junho. Nesta mostra expositiva, os protagonistas são os fotógrafos Carlos Gil (a título póstumo) e Guilherme Silva, ambos de Lisboa, e Rui Mendes e Sérgio Valente, no caso do Porto.
No dia 7 de maio, a Produtora lança, em fonte aberta, acessível a todos, o documentário «Novíssimas Cartas Portuguesas». A disponibilização do filme ocorre precisamente 50 anos depois do final do processo judicial contras as três autoras – Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta – , que terminou com a sentença: “O livro não é pornográfico, nem imoral. Pelo contrário: é obra de arte, de elevado nível, na sequência de outros que as autoras já produziram”.
Logo no dia seguinte, a 8 de maio, a Escola Secundária Avelar Brotero, em Coimbra, recebe o projeto «Abril Saiu à Rua – 5.0», que propõe uma revisitação dos murais que marcaram as ruas de Portugal no período do pós 25 de Abril. Nesta apresentação os participantes terão a oportunidade de explorar a aplicação web e a aplicação, que permitem a exploração e criação de novos murais virtuais. Ambas as plataformas permitem combinar elementos gráficos dos murais históricos com a liberdade criativa dos utilizadores, promovendo assim uma abordagem dinâmica com vista ao conhecimento e à reinterpretação.
A 11 de maio, às 18h30, é apresentado no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, o espetáculo «Novo Estalo Novo», que propõe a revisitação de uma peça criada há 10 anos a partir de uma ideia dos artistas Ana Borralho e João Galante sobre formas de desobediência, com dramaturgia de Rui Catalão.
Ainda a 11 de maio, mas em Alverca do Ribatejo, decorre no Teatro-Estúdio Ildefonso Valério, às 16h, a última sessão de conversas, que têm decorrido no âmbito do projeto «Cálice do Descontentamento». A sessão, intitulada «O Exílio Político no Tempo da Ditadura», contará com testemunhos que inspiraram o espetáculo; a projeção do filme «Trilho do Poço Velho», de Luís Godinho; e leitura de passagens do livro «1974: Portugal, Uma Retrospectiva (vol. 3)», de Luís Trindade e Ricardo Noronha, Coord. Rui Tavares. A conversa é aberta ao público.
No dia 14 de maio, às 21h, é apresentado no Teatro Cinema de Fafe o espetáculo «A Revolução que me ensinaram», da autoria de Joana Cotrim, que se propõe a responder à pergunta: “Quantas versões têm as histórias que fazem a História do 25 de Abril e da sua Revolução?”. O espetáculo segue depois para Faro, onde será apresentado no dia 25 de maio, às 21h, no espaço DeVIR CAPa.
No dia 17 de maio, às 21h30, sobe ao palco do Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha, o espetáculo «Noite de Solidão no Capim», cuja ação decorre na derradeira noite da ditadura, quando um soldado do exército colonial português se cruza com um guerrilheiro angolano.
A 17 e 18 de maio, às 18h, é apresentado em Beja e Serpa respetivamente o espetáculo «Dona Pura e os Camaradas de Abril», uma adaptação da obra de Germano Almeida, com encenação e direção artística de João Branco. A peça segue depois para Matosinhos, onde será apresentada nos dias 23 e 24, às 21h30, no Teatro Municipal Constantino Nery.
A 19 de maio, inaugura na vila de Baleizão a primeira etapa do projeto «Chamava-se Baleizão, Catarina Eufémia», que assinala três efemérides em simultâneo: os 50 anos do 25 de Abril, os 70 anos da morte de Catarina Eufémia e os 50 anos do “regresso” do seu corpo a Baleizão (naquela que foi a primeira grande manifestação rural após o 25 de Abril de 1974). A exposição ficará patente no espaço público central da vila, o Lavadouro, até 8 de junho. Também a 19 de maio será lançado o livro que confere perenidade a este projeto artístico e documental.
A 20 de maio, inaugura às 12h na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, a exposição individual «1984», que marca os 40 anos de atividade da artista Teresa Milheiro. A exposição, inserida na segunda edição da «Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa», ficará patente até 22 de julho. Ainda no âmbito da Bienal, continua patente no Museu do Tesouro Real, também em Lisboa, a exposição «Tiaras Contemporâneas», que pode ser visitada até 30 de junho.
Para fechar o mês com música, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, recebe no dia 25 de maio, às 18h, o espetáculo dos Canto Nono «A Força (o poder) da Palavra – um Canto a José Mário Branco», onde se incluem canções em que é autor da letra, da música ou criador dos arranjos, ele que foi diretor artístico do grupo entre 2000 e 2019.