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Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril promoveu mais de 150 iniciativas em 2024 

Durante o ano de 2024, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril desenvolveu mais de 150 iniciativas próprias e em parceria, incluindo exposições, edições de obras, conferências, espetáculos, projetos educativos, concursos e campanhas. Entre 2023 e 2024, esta entidade promoveu quatro linhas concursais que já permitiram apoiar, com 3,3 milhões de euros, perto de 130 projetos artísticos, cinematográficos e nas áreas da investigação científica e do ensaio.

“2024 foi um ano de celebração. Por todo o país, e também fora de portas, assistimos a uma extraordinária mobilização para assinalar meio século sobre o fim da ditadura, envolvendo todas as gerações e iniciativas muito diversas. Este foi também um ano de partilha, de aposta em projetos educativos e de construção em torno da memória e dos valores da liberdade e da democracia. Procurou-se assinalar o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no derrube da ditadura mas também a implementação dos processos de descolonização, de democratização e de desenvolvimento previstos no Programa do Movimento”, destaca Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

Mais de 150 iniciativas próprias e em parceria

No ano passado, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril desenvolveu mais de 150 iniciativas próprias e em parceria, incluindo mais de 40 Exposições, perto de uma dezena de espetáculos e cerimónias, 20 colóquios e conferências, cerca de 20 projetos educativos e workshops e 14 publicações.

Foram recebidas e analisadas pela Comissão mais de 450 propostas. Mais de 300 iniciativas receberam apoio institucional.

Tendo em vista mobilizar o conjunto da sociedade a participar nas Comemorações e a contribuir para a celebração, a Comissão desenvolveu a Agenda 25.04, uma plataforma colaborativa para que instituições públicas e agentes da sociedade civil possam, até 2026, divulgar as iniciativas que vão dinamizar para assinalar 50 anos de Liberdade e Democracia. No final de 2024, a plataforma contava com cerca de 3 mil registos.

Mais de 3 milhões de euros para apoio às Artes, ao Cinema, à Investigação e à Ensaística

A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril promoveu igualmente linhas concursais de apoio às Artes, ao Cinema e Audiovisual, e à Criação Literária. Estes programas — criados em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES), o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), o Fundo de Fomento Cultural (FFC) e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) — dirigiu-se a projetos que se enquadrassem no contexto das Comemorações dos 50 anos da Revolução, e que contribuíssem para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da atual democracia. Os apoios, no valor de 3,3 milhões de euros, foram atribuídos a 130 projetos.

Na sua edição de 2024/2025, o Programa «Arte pela Democracia», lançado em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES), promoveu o desenvolvimento de projetos nas áreas das artes visuais, artes performativas, artes de rua e cruzamento disciplinar. Os projetos apoiados abrangem todas as regiões do país e têm predominância as áreas artísticas de cruzamento disciplinar (18), música e ópera (11), teatro (9) e artes visuais (7); os domínios artísticos da criação (28), programação (9), circulação nacional (4); e ações estratégicas de mediação (3) e edição (1). As exibições — que, na sua maioria, terão lugar durante este ano — serão divulgadas através da Agenda 25.04.

O Movimento das Forças Armadas: conspiração, golpe e normalização democrática

Em termos temáticos, o programa de atividades conferiu especial atenção ao robustecimento da memória e do estudo do Movimento das Forças Armadas.

Destaca-se a exposição «O Movimento das Forças Armadas e o 25 de Abril», patente na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, de 12 de abril a 23 de junho de 2024. Esta exposição retrata a origem e a natureza do MFA assim como a preparação e execução das operações militares do dia 25 de Abril. Com a curadoria do Comandante Pedro Lauret, da Associação 25 de Abril, a exposição recebeu mais de 5 mil visitas, uma delas, no dia 15 de junho, guiada em Língua Gestual Portuguesa.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

A 25 de setembro de 2024, a Comissão inaugurou, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), em Lisboa, a Exposição «Às Armas ou às Urnas – Povo, MFA e Forças Armadas: entre revolução e democracia (1974-1982)», que aborda a relação entre militares e civis durante o período revolucionário e de transição democrática. A iniciativa tem curadoria dos historiadores Bruno Cardoso Reis, David Castaño e Gonçalo Margato e decorre até 16 de fevereiro de 2025. Até ao final de 2024, tinha sido visitada por mais de 2 mil pessoas.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

Entre 9 de outubro de 2024 e 31 de janeiro de 2025, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, acolheu a Exposição «Portugal-Espanha, 50 anos de Democracia», que aborda os processos da transição para a Democracia nos dois estados ibéricos, através de fontes iconográficas e documentais. Com curadoria do historiador Manuel Loff, foi visitada por grupos escolares de diferentes regiões do país.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

A Comissão desenvolveu ainda a Exposição «50 passos para a Liberdade: Portugal, da Ditadura ao 25 de Abril», que retrata os últimos anos da ditadura e os primeiros momentos depois do seu derrube, e que foi disponibilizada a instituições diversificadas, sediadas dentro e fora das fronteiras nacionais. A Exposição esteve patente em países como Alemanha, Chéquia, China, Colômbia, Cuba, Egito, Moçambique, Noruega, Roménia, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sérvia, Suíça e Vietname.

Fotografias: FACfilms

Foram também disponibilizadas para cedência, em formato itinerante, as exposições produzidas pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril até ao momento: «Primaveras estudantis. Da crise de 62 ao 25 de Abril de 1974», «A Paz é possível. A Vigília da Capela do Rato e a contestação à Guerra Colonial», «Terceiro Congresso da Oposição Democrática, 50 anos depois», «Amílcar Cabral, uma Exposição» e «Unidos Venceremos! Protesto, Greves e Sindicatos no Marcelismo (1968-1974)».

Alargar o conhecimento sobre o 25 de Abril e preservar a sua memória

A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril promoveu várias campanhas com o objetivo de alargar o conhecimento sobre o 25 de Abril e preservar a sua memória. Entre estas, destacam-se as campanhas «Memória Presente: antes, durante e depois de Abril», que ainda decorre e visa recolher, preservar e disponibilizar online testemunhos de quem viveu a Revolução, refletindo sobre o impacto deste acontecimento nas suas vidas e no país; «A que soa a Liberdade?», uma campanha nacional para recolha de registos sonoros sobre a Revolução, realizada em parceria com o Arquivo Nacional do Som; e «Filmou o 25 de Abril?», uma campanha de recolha de filmes amadores inéditos sobre a Revolução, em parceria com a Cinemateca Portuguesa. Foram recolhidos mais de 50 filmes, alguns deles apresentados na sessão «Imagens Amadoras da Revolução», realizada na Cinemateca Portuguesa a 25 de Abril.

A sondagem «Os Portugueses e o 25 de Abril» procurou contribuir para um melhor entendimento das atitudes dos portugueses relativamente ao 25 de Abril. Baseado numa amostra representativa de cerca de 1200 inquiridos, o estudo aprofundou o lugar do 25 de Abril como facto histórico nas perceções dos portugueses, abordando temas como as atitudes em relação ao regime anterior, ao 25 de Abril e à democracia; o grau de conhecimento sobre figuras políticas e militares da época; opiniões sobre a Constituição Portuguesa; e as perceções sobre os aspetos da vida em Portugal que mais melhoraram ou pioraram nos últimos 50 anos. Os resultados foram apresentados a 19 de abril, na Fundação Calouste Gulbenkian. Esta iniciativa decorreu de uma parceria com a SIC, o Expresso, o Instituto de Ciências Sociais (ICS) e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

Foco na Educação e nas gerações mais jovens

Desde o início da sua atividade, a Comissão estabeleceu como prioridade o desenvolvimento de ações e programas passíveis de mobilizar os jovens, as escolas e as instituições de ensino superior.

O projeto «50 anos de Democracia, 50 Assembleias Participativas Jovens» foi uma das iniciativas de maior impacto no âmbito da educação para a cidadania e desenvolvimento local. Mais de 5.700 alunos de mais de 70 escolas, distribuídas por 40 cidades de Portugal continental e ilhas, participaram em 50 Assembleias Participativas. Estas atividades, realizadas em contexto escolar e com recurso a ferramentas pedagógicas desenvolvidas pela MyPolis, desafiaram os jovens a transformar os seus territórios e a propor melhorias, num diálogo direto com os seus representantes políticos.

A campanha «A minha Liberdade é de todos» desafiou os jovens a transformar o lápis azul, outrora símbolo da censura, num ícone de liberdade. Realizada em parceria com a plataforma Gerador e o Plano Nacional das Artes (PNA), a iniciativa envolveu mais de 10 mil estudantes de 211 escolas, do 2.º ciclo ao ensino secundário, em todo o país, durante o mês de março de 2024. A campanha culminou na criação de um mural digital, tornado público no dia 25 de abril de 2024, unindo as vozes das novas gerações num tributo coletivo à liberdade e à democracia.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

O projeto «Conta-me histórias», promovido pela Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril em parceria com a associação A Casa ao Lado e diversas autarquias, utilizou pinturas murais realizadas por grupos intergeracionais para criar laços entre a geração que viveu o antes e o pós-25 de Abril e a geração mais jovem. Este projeto foi implementado em Leiria, nos meses de março e abril, e em Viana do Castelo, durante junho e julho.

Fotografias: A Casa ao Lado

O concurso «História Militar e Juventude» desafiou jovens, escolas, famílias e instituições locais a refletirem sobre a história e a memória do 25 de Abril. Durante o ano letivo de 2023-2024, participaram 562 alunos, de 48 estabelecimentos escolares. Foram submetidos 110 trabalhos de 29 instituições, divididos em três grupos etários. A iniciativa é organizada em parceria com a Associação de Professores de História e a Comissão Portuguesa de História Militar.

O Erasmus Campus – O Bootcamp da Sustentabilidade decorreu de 5 a 8 de setembro, em Marvão, reunindo 30 jovens entre os 16 e os 26 anos em sessões de formação e capacitação sobre Ambiente e Alterações Climáticas. Foi organizado pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, em parceria com a Comissão.

Publicações e recursos educativos sobre a resistência à ditadura, o 25 de Abril e a construção da democracia

Ao longo de 2024, a Comissão desenvolveu uma intensa atividade editorial, com destaque para a publicação de dois novos volumes da coleção «O 25 de Abril visto de fora». O primeiro, Vozes da Revolução – revisitando o 25 de Abril de 1974, do cientista político norte-americano Paul Christopher Manuel, reúne depoimentos de 14 dirigentes militares centrais no período da Revolução. O segundo, A Revolução dentro da Revolução – O Controlo Operário no Portugal Rural, de Nancy Bermeo, aborda a reforma agrária e a revolução no mundo rural português, com foco no controlo operário e na gestão coletiva dos bens de produção.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

Destaca-se ainda a edição de Encontro dos Liberais, 1973: 50 Anos Depois, publicado em parceria com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM). Esta coletânea de ensaios oferece um enquadramento sobre o impacto deste momento histórico e inclui contribuições de investigadores como António Araújo, José Pedro Castanheira, Rita Almeida de Carvalho e Tiago Fernandes. O livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura (PNL2027).

Fotografias: INCM

A Comissão produziu ainda diversos dossiês multimédia sobre os acontecimentos históricos evocados, nomeadamente sobre o MFA, o golpe militar, a Descolonização, o 28 de Setembro ou as Campanhas de Dinamização Cultural. Em 50anos25abril.pt/historia, é possível encontrar estes e outros conteúdos sobre o período final da ditadura – como as lutas estudantis, o movimento sindical ou a conspiração dos capitães – e sobre o 25 de Abril. No mesmo sentido, até 2026, outros acontecimentos relevantes assinalados no âmbito das Comemorações serão, de forma progressiva, objeto deste tipo de trabalho.

«Operação Viragem Histórica»

As semanas de 22 de abril a 4 de maio foram palco de múltiplas iniciativas que celebraram os 50 anos da «Operação Viragem Histórica», que pôs fim à ditadura.

Na tarde de 24 de abril, a Comissão Comemorativa reuniu no Quartel do Carmo (local simbólico dos acontecimentos de há 50 anos), mais de 300 jovens de escolas de diferentes partes do país (Ansião, Aveiro, Carcavelos, Coimbra, Figueira de Castelo Rodrigo, Lisboa, Loures, Marinha Grande, Mortágua, Palmela, Tocha e Vila Nova de Gaia). A sessão foi dinamizada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo presidente da direção da Associação 25 de Abril, Coronel Vasco Lourenço, e pelo fotógrafo Alfredo Cunha.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

Na noite de 24, foi possível assistir, pela primeira vez, à transmissão simultânea dos espetáculos musicais comemorativos a partir de Lisboa e Porto. A programação incluiu um espetáculo de vídeo mapping projetado também em Santarém e Matosinhos.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

No dia 25 de Abril, o Terreiro do Paço foi palco de uma parada militar dos três ramos das Forças Armadas, organizada por várias entidades, incluindo a Presidência da República, Assembleia da República e Câmara Municipal de Lisboa. O evento foi complementado pela reconstituição histórica de marcos importantes da «Operação Fim de Regime», com veículos militares históricos em colaboração com a Associação Portuguesa de Veículos Militares Antigos (APVMA).

A 27 de abril, foi inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche. Este espaço histórico, que funcionou como prisão política, preserva e comunica a memória da luta contra a ditadura portuguesa.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

A 1 de maio, no Campo de Concentração do Tarrafal, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, inaugurou-se a exposição «Tarrafal, da repressão à liberdade», assinalando os 50 anos da libertação de presos políticos.

Envolvimento da comunidade científica

No que diz respeito ao envolvimento da comunidade académica e científica nas celebrações, destacam-se o Congresso Internacional 50 Anos 25 de Abril, realizado entre 2 e 4 de maio na Reitoria da Universidade de Lisboa. Organizado em parceria com a Universidade de Lisboa e centros de investigação de todo o país, o congresso reuniu cerca de 300 participantes e contou com a presença de figuras internacionais como Enzo Traverso, Donatella Della Porta, Paul Christopher Manuel e Michel Cahen, especialistas no estudo da Revolução Portuguesa e da Descolonização. Foram apresentadas cerca de 200 comunicações de investigadores nacionais e estrangeiros, cobrindo áreas como história, sociologia, economia, ciência política, relações internacionais e estudos artísticos.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

Realizada na Torre do Tombo, a 8 e 9 de outubro, a Conferência «Os processos de transição na Europa do século XX na conquista e manutenção da democracia» contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais (como Rafael Quirosa-Cheyrouze, Kostis Kornetis, Montserrat Huguet Santos, Manuel Loff, Michał Siermiński, András Lénárt ou Ondřej Klípa), abordando-se temas como o desmantelamento das ditaduras na segunda metade do século XX e os processos de transição para a democracia em países como Portugal, Espanha, Grécia, Polónia, Hungria e Checoslováquia.

Teatro e Revolução em cena durante 2025

A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril convidou dez companhias de teatro históricas para apresentarem propostas de criação artística ou de reposição que contribuam para a consciência pública do papel que o teatro desempenhou na transição democrática. Foram selecionadas: Companhia de Teatro de Almada; A Barraca; O Bando; Centro Dramático de Évora; Comuna – Teatro de Pesquisa; Novo Grupo de Teatro – Teatro Aberto; Seiva Trupe – Teatro Vivo; Teatro de Animação de Setúbal; Teatro Experimental de Cascais; e Teatro Experimental do Porto.

Em 2024, foram apresentadas as peças da Companhia de Teatro de Almada («A sorte que tivemos! Um espetáculo sobre abril»); O Bando («LiberaLinda»); Centro Dramático de Évora («Autos da Revolução»); Teatro Experimental do Porto («A tecedeira que lia Zolá»); e a Comuna («O Contador da História»). As restantes estrearão durante 2025 e serão divulgadas na Agenda 25.04.

O Museu Nacional do Teatro e da Dança desenvolveu, no âmbito deste apoio especial, a Exposição itinerante «Liberdade! Liberdade! A Revolução no Teatro», sobre a história do teatro português no decénio compreendido entre 1972 e 1982 e o papel do teatro na transição democrática.

Um Memorial à Vigília da Capela do Rato

Na sequência de um projeto iniciado quando da celebração dos 50 anos da Vigília da Capela do Rato, em 2024 teve lugar a inauguração de um Memorial à Vigília da Capela do Rato. A escultura, da autoria da artista plástica Cristina Ataíde, foi instalada no Jardim das Amoreiras, em Lisboa, a poucos metros do local onde, a 30 de dezembro de 1972, decorreu uma ação organizada por um grupo de católicos para refletir sobre a paz e sobre a guerra nas Colónias, e que acabaria por ser interrompida pelas forças policiais da ditadura. O memorial foi criado com mármore de Vila Viçosa. Encerra dois muros lisos, ligados por seis êmbolos. Na pedra instalada no chão, é possível ler palavras como esperança, paz, diversidade, união, democracia, liberdade, justiça.

Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

A Comissão associou-se igualmente às celebrações do Centenário de Mário Soares, figura central na história contemporânea de Portugal e um dos protagonistas do combate à ditadura e da construção da democracia. Esta celebração teve início a 5 de dezembro, com uma semana marcada por diversas iniciativas em Lisboa e no Porto, prolongando-se até ao final de 2025, com exposições, conferências, debates, conversas, publicações, espetáculos e filmes.


Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026

As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano foca-se num tema prioritário, com o objetivo de reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.

O período inicial das Comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) começaram a ser revisitados, com iniciativas que evocam o processo de descolonização, democratização e desenvolvimento.

O ano de 2025 é dedicado às primeiras eleições livres.

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