Em julho de 1974, o Primeiro-Ministro Adelino da Palma Carlos diz ser impossível governar num clima de conflitualidade social, inoperância do executivo e com o MFA cada vez mais interventivo.
No que ficaria para a história como a «crise Palma Carlos», Spínola, defendendo sempre que a ideia partira do Primeiro-Ministro, pretendia alterar a Lei n.º 3/74. Palma Carlos vai então apresentar ao Conselho de Estado as suas propostas de alteração da referida lei, que se traduziam no reforço dos poderes do Primeiro-Ministro e do executivo, na antecipação das eleições para a Presidência da República e na elaboração de uma Constituição provisória, sujeita a referendo, que substituiria o Programa do MFA. Tratava-se de um verdadeiro golpe de Estado constitucional. O Conselho de Estado, reunido a 8 de julho, chumbará todas as propostas, exceto aquela referente ao alargamento dos poderes do Primeiro-Ministro, que beneficiará já não Palma Carlos, mas Vasco Gonçalves.