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Designação da manifestação de apoio ao Presidente da República, general António de Spínola, marcada para 28 de setembro de 1974 em Belém e que acabará por ser desconvocada por Spínola e proibida pelo MFA.

Designava os sectores da população convocados para a manifestação, nomeadamente os portugueses que não participavam nas mobilizações populares, que rejeitavam a revolução, o socialismo e o rumo da descolonização. Seria o país despolitizado, não comunista ou mesmo anticomunista, conservador, de direita, moderado, mais rural que urbano, do norte e centro do país.

A expressão fora usada pelo Presidente dos EUA, Richard Nixon, por D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, e pelo Primeiro-Ministro do I Governo Provisório, Adelino da Palma Carlos, numa entrevista a 25 de junho ao Diário de Lisboa, mas é Spínola quem a utiliza abundantemente nos seus discursos no Verão de 1974, nomeadamente na tomada de posse do II Governo Provisório.

Noticiário Nacional, 1 de outubro de 1974: retrospetiva sobre os acontecimentos do 28 de Setembro.
Fonte: RTP Arquivos

Ao longo da Primavera e Verão de 1974, em visitas a unidades militares e capitais de distrito, Spínola profere violentos discursos de apelo à ordem e à moderação, de ataque violento à Comissão Coordenadora do MFA, partidos de esquerda, em particular o PCP, e mobilizações populares.

Fala num País «praticamente ingovernável», na «indisciplina cívica», em «clima anárquico», na «grave crise social» e nas «cúpulas revolucionárias do MFA» transformadas «em vanguarda de uma revolução de massas» que «visam unicamente a destruição, a anarquia, o caos económico, na concretização prática da conhecida teoria da ‘terra queimada’, para sobre a ruína económica e moral da Nação e utilizando como argamassa a nossa carne e o nosso sangue, construir algo de alheio ao país que todos sonhamos.»

Visita do Presidente da República, António de Spínola, a Tomar, Noticiário Nacional, 4 de junho de 1974.
Fonte: RTP Arquivos

#50anos25abril