Arte pela Democracia em agosto: Celebre o 25 de Abril com Música, Cinema e Oficinas
Durante o mês de agosto, o Programa «Arte pela Democracia» — promovido pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) — propõe uma programação que inclui música, cinema e oficinas criativas. Conheça os destaques do mês.
Com início no dia 2, o ciclo “Andor! Encontros, manifestações de rua e espaços vivos na Póvoa de Varzim” propõe, durante todo o mês de agosto, expor e ativar um arquivo recolhido em torno dos III Encontros Internacionais de Arte em Portugal (Póvoa de Varzim, 1976), trazendo-o de volta para o espaço público desta cidade e articulando a sua memória com práticas artísticas contemporâneas.
Organizados entre 1974 e 1977 pelo crítico de arte Egídio Álvaro (1937-2020) e pelo galerista Jaime Isidoro (1924-2009), os Encontros Internacionais de Arte em Portugal foram “espaços de liberdade capazes de proporcionar o contacto entre artistas de diversas tendências, de acionar uma faceta viva da arte e procurar um diálogo entre públicos de diferentes estratos sociais e culturais”. No contexto dos 50 anos do 25 de Abril, este projeto construiu quatro andores que instalou em lugares-chave da Póvoa de Varzim – no Diana Bar, na calçada do Passeio Alegre, entre o Casino e o Grande Hotel e na rua pedonal do Cine-Teatro Garrett –, convidando os artistas Albuquerque Mendes, Elisa Pône, Oficina Arara e Nuno Marques a intervencioná-los. Nos dias 2, 3 e 4 de agosto, contam com uma programação de performances, oficinas e cinema no recinto da Feira do Livro e no Diana Bar: uma oficina de eco-poesia (com Margarida Mendes e Nuno Marques), uma oficina de serigrafia (com Oficina Arara) e a projeção de um documentário. Estas intervenções culminam no dia 4 de agosto, com um cortejo popular que convoca a população da Póvoa de Varzim para a deslocação dos andores num cortejo desde o Cine-Teatro Garrett, passando pelo Passeio Alegre até ao adro do Diana-Bar. Nesse momento, os andores serão desmontados por todas as pessoas presentes que coletivamente irão montar a exposição documental e conversar sobre as memórias levantadas.
No dia 29 de agosto, o Quintal da Música, em Odemira, recebe os Violoncelos de Zeca Afonso (Pedro do Carmo, Lluïsa Paredes e Eva Aguilar), que apresentam o seu projeto “Zeca Afonso – Estudos Musicais para dois Violoncelos”. Este concerto promove uma revisitação das canções que marcaram a Revolução. Serão apresentadas 10 canções de Zeca Afonso, arranjadas para dueto de violoncelos. As canções, tal como o percurso do cantautor, são contrastantes: partindo do fado à incorporação de diferentes ritmos africanos, conjugando improvisação e experimentação com vários elementos expressivos da música tradicional portuguesa.
Finalmente, durante todo o mês de agosto, continua a poder visitar, no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, a exposição “Madrugada: Joalharia e a Política da Esperança”, uma mostra que une joalharia e política, explorando o conceito de esperança através de peças únicas.
Consulte a Agenda 25.04 e tome nota de tudo o que pode ver e fazer para comemorar 50 anos de Liberdade e de Democracia.
Arte pela Democracia
O Programa «Arte pela Democracia» promove projetos artísticos que se enquadrem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que contribuam para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da democracia.
Dirige-se a projetos artísticos nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar.
É uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES). O concurso a este apoio decorrerá até 2025. Para saber mais, consulte: https://50anos25abril.pt/iniciativas/arte-pela-democracia/
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, revisitam-se os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.