Arte pela Democracia: em julho, tempo para refletir e discutir o futuro
Em julho, o Programa «Arte pela Democracia» — promovido pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) — propõe um diversificado programa cultural que passa por Leiria, Matosinhos, Coimbra e Lisboa e inclui teatro, música, debates, exposições e instalações artísticas. Conheça aqui alguns dos eventos que não pode perder e consulte a agenda completa em 50anos25abril.pt/agenda/
Espetáculos que convidam à reflexão
No dia 5 de julho, o Teatro Miguel Franco, em Leiria, recebe o espetáculo “A Revolução que me ensinaram”, uma peça autoficcional de Joana Cotrim que explora a transmissão de valores democráticos entre gerações e convida à reflexão sobre os ensinamentos da Revolução de Abril.
Durante o fim de semana de 6 e 7 de julho, em Matosinhos, é apresentado “Guião para um país possível”, uma peça de teatro criada e encenada por Sara Barros Leitão, baseada nas transcrições dos Diários da Assembleia da República. Este espetáculo mistura teatro e música, celebrando o 25 de Abril e convidando o público a imaginar e discutir futuros possíveis para a democracia.
Pensar a dinamização cultural em comunidade
Nos mesmos dias, retomam-se as sessões de “Conselhos de Freguesia” do projeto 3DÊS, que ocorrem a dia 6 de julho em Ceira e a 7 de julho em Souselas e Botão, ambos no concelho de Coimbra. Esta iniciativa associa a criação artística à intervenção comunitária, com a apresentação da peça «A Grande Emissão do Mundo Português» e momentos de reflexão e discussão sobre o 25 de Abril e o processo revolucionário. O projeto “3DÊS – Em Campanha para Descentralizar, Discutir e Democratizar a Cultura” inspira-se nas campanhas de dinamização do Movimento das Forças Armadas para pensar como trabalhar a descentralização da programação cultural e promover o diálogo entre a comunidade e os artistas locais, fortalecendo a participação cívica.
Exposições a visitar
Até 14 de julho, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com entrada livre, está patente a instalação interativa “Paisagem Boldo”, criada por João Saldanha. Esta obra convida os visitantes a explorarem a relação entre arte e espaço público através de um circuito para bicicletas que resgata experiências cinéticas da infância do coreógrafo.
No Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, até 15 de setembro, pode ser visitada a exposição “Portugal Ano Zero”. Com curadoria de José Luís Neves, Luís Pinto Nunes e Susana Lourenço Marques, a mostra divulga o papel da fotografia impressa durante o período revolucionário em Portugal, reunindo várias formas de material impresso, com destaque para uma seleção inédita de livros de fotografia.
Em Lisboa, até 22 de setembro, no MUDE – Museu do Design e da Moda, continua patente a exposição “Madrugada – Joalharia e a Política da Esperança”. Inserida na segunda edição da «Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa», a mostra reúne obras de 120 artistas que utilizam a joalharia para abordar temas sociais e políticos.
Arte pela Democracia
O Programa «Arte pela Democracia» promove projetos artísticos que se enquadrem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que contribuam para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da democracia.
Dirige-se a projetos artísticos nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar.
É uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES). O concurso a este apoio decorrerá até 2025. Para saber mais, consulte: https://50anos25abril.pt/iniciativas/arte-pela-democracia/
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações tem sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) começam a ser revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.
