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Os Capitães voltaram a Cascais para recordar a reunião em que, há 50 anos, tornariam definitiva a opção pelo golpe de Estado

Evocou-se esta terça-feira, em Cascais, os 50 anos de um encontro clandestino em que os Capitães assumiriam como irreversível a opção pelo golpe de Estado. Voltaram a este local muitos dos cerca de 200 militares que, a 5 de março de 1974, participaram na reunião que marcaria a passagem do Movimento dos Capitães a Movimento das Força Armadas (MFA) e em que seriam acionados os mecanismos para a conclusão de um Programa político que sintetizasse os seus objetivos.

A iniciativa contou ainda com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; da ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras; do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva; da Comissária Executiva, Maria Inácia Rezola; do Presidente da direção da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço; e do Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras.

A evocação contemplou a inauguração de duas peças que integram o projeto artístico «Girândolas de Luz», da autoria de Catherine da Silva. Estas foram instaladas em Cascais e São Pedro do Estoril nos locais onde se realizaram duas relevantes reuniões do Movimento dos Capitães, respetivamente, a 5 de março de 1974 e a 24 de novembro de 1973. O músico e compositor Pedro Vaz interpretou as duas senhas para o golpe militar: «Grândola, Vila Morena», de José Afonso, e «E Depois do Adeus», celebrizada por Paulo de Carvalho; e ainda as músicas «Venham Mais Cinco» e «Tourada».

 

   

   
Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril

 

No seu discurso, o Presidente da República dirigiu-se a todos os Capitães de Abril ali presentes, dando vivas a um Portugal livre e democrático, que, defendeu, só Abril foi capaz de construir.

A iniciativa teve organização conjunta da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril com a Associação 25 de Abril e a Câmara Municipal de Cascais.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

“O tempo que se vivia antes era ditadura. Para todos os nostálgicos e saudosistas, é importante recordar isto as vezes que forem precisas, para que não invoquem uma realidade que não existia.”

“Não há reversão quando se conhece e se usa a liberdade. Ninguém quer uma mordaça em relação a liberdades adquiridas.”


 

Vasco Lourenço, presidente da direção da Associação 25 de Abril

“Hoje, mais do que nunca, é fundamental usar a liberdade alcançada com o 25 de Abril para definir o nosso futuro. Não estamos isolados do mundo, temos de ser capazes de voltar a dar um exemplo a esse mundo, assumindo com coragem a luta pela liberdade.”


Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

“O país está mobilizado em força na comemoração dos 50 anos da democracia portuguesa. Preservar a liberdade e a democracia é um dever de todos.”

 


 

Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais

“Abril não pertence a nenhum partido, é uma missão que deve ser liderada por todos. Que a memória dos Capitães de Abril continue a inspirar-nos na construção de um futuro em liberdade.”


Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026

As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.

O período inicial das Comemorações tem sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) serão revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.

#50anos25abril