«Arte pela Democracia» em junho: continue a celebrar Abril com exposições, passeios e espetáculos para ver e participar
Durante o mês de junho, o Programa «Arte pela Democracia» — promovido pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) — propõe espetáculos de teatro e performances, conversas, sessões de cinema e exposições por todo o país. Consulte a Agenda 25.04 e tome nota de tudo o que pode ver e fazer.
Logo no dia 1, na galeria Zaratan, em Lisboa, terá a última oportunidade para visitar a exposição coletiva “Lápis Vermelho”, que aborda questões universais relacionadas com a proteção dos valores das sociedades democráticas e o desenvolvimento de uma consciência coletiva. A exposição reúne trabalhos de António Olaio, Cristina Motta, João Fonte Santa, José Smith Vargas, Paulo Mendes, Primeira Desordem, ROD, Sara Fonseca da Graça, Teresa Dias Coelho e Tiago Baptista. Pode ser visitada das 16h às 20h. A entrada é livre.
“Em Silêncio” nas Caldas da Rainha e em Leiria
Uma semana depois, nos dias 6 e 7 de junho, sobe ao palco do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha a peça “Em Silêncio”. A primeira sessão, às 14h30 do dia 6, é dedicada ao público escolar, e as reservas poderão ser feitas através do email educa@ccc.com.pt. Após as apresentações nas Caldas da Rainha, o espetáculo imersivo, que viaja pelos 48 anos de ditadura em Portugal, será exibido em Leiria, nos dias 29 e 30 de junho, no Teatro José Lúcio da Silva.
A peça “Heróis do Impossível”, com encenação de João Garcia Miguel e interpretações de Catarina Wallenstein e Pedro Lacerda, chega a Serpa no dia 9 de junho, para uma exibição única. Esta apresentação, que ocorrerá no Castelo de Serpa, inclui-se no programa do festival XXI Encontro de Culturas. Continuando o seu périplo pelo país, segue depois para Leiria e a 20 de junho, às 21h30, é apresentada no Teatro José Lúcio da Silva.
“Vastidão (A Terra a quem a imagina)” e “Paisagem Boldo (A Terra a quem a imagina)” em Lisboa
Nos dias 22 e 23 de junho de 2024, o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, acolhe “Vastidão (A Terra a quem a imagina)“, uma instalação e performance interativa de Michelle Moura, parte da coleção “Cobertos pelo Céu”. Este evento explora a poética espacial através de um jogo coreográfico, refletindo sobre a democracia em Portugal. De 29 de junho a 14 de julho de 2024, no mesmo local, a instalação “Paisagem Boldo (A Terra a quem a imagina)“, oferece um circuito para bicicletas que resgata experiências cinéticas da infância de João Saldanha, coreógrafo. Têm ambos entrada livre.
No dia 27 de junho, é inaugurada a exposição “Madrugada – Joalharia e a Política da Esperança”. Esta mostra, inserida na segunda edição da «Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa», reúne 120 artistas cujas peças procuram comentar, denunciar, celebrar ou contribuir para a mudança das condições de vida da sociedade em que se inserem. Ficará patente no MUDE, em Lisboa, até 22 de setembro. Também no âmbito da Bienal, mas no Museu do Tesouro Real, em Lisboa, a exposição «Tiaras Contemporâneas» ainda pode ser visitada durante o mês de junho, terminando dia 30.
«Aprender a Desaprender: Práticas de Descolonização na Arquitetura» no Porto
Já próximo do fim do mês, no dia 29 de junho, no âmbito do projeto «Aprender a Desaprender: Práticas de Descolonização na Arquitetura», realiza-se no Porto “African Tour”, um passeio guiado por Mafalda Fernandes que incide sobre a descolonização do espaço urbano. Na mesma ocasião, é apresentado o livro «Aprender a Desaprender: Práticas de Descolonização na Arquitetura», na Casa Comum (Reitoria da Universidade do Porto), às 17h00, com uma conversa entre os autores Banga (Yolana Lemos) e Margarida Waco, e o coordenador editorial da Dafne editora, André Tavares. A moderação está a cargo do editor Paulo Moreira. Esta publicação reúne seis diálogos entre arquitetos, artistas e investigadores sobre a descolonização do discurso da arquitetura e seus cruzamentos disciplinares, abordando a forma como os objetivos da Revolução — democratizar, descolonizar e desenvolver — se têm manifestado nos seus percursos e projetos, fazendo críticas sobre a história partilhada entre países colonizadores e países colonizados, e a forma como essas práticas contribuem para os processos de descolonização do pensamento.
É também no dia 29, no centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, que inaugura a exposição “Portugal Ano Zero”. Com curadoria de José Luís Neves, Luís Pinto Nunes e Susana Lourenço Marques, e reunindo uma extensa e inédita seleção de livros de fotografia com trabalhos de portugueses e estrangeiros, esta exposição revela a efervescente prática editorial que se desenvolveu no pós-25 de Abril de 1974.
Por fim, o documentário «Novíssimas Cartas Portuguesas», é projetado em Lublin, na Polónia, no dia 4 de junho. Este filme parte da obra «Novas Cartas Portuguesas», de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, para uma análise dos movimentos feministas do século XXI sob uma perspetiva interseccional, celebrando as mulheres e as suas conquistas.
Arte pela Democracia
O Programa «Arte pela Democracia» promove projetos artísticos que se enquadrem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que contribuam para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da democracia.
Dirige-se a projetos artísticos nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar.
É uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES). O concurso a este apoio decorrerá até 2025. Para saber mais, consulte: https://50anos25abril.pt/iniciativas/arte-pela-democracia/
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações tem sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) começam a ser revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.